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Interação soja, pasto e madeira continua sendo a solução agrícola para região

Em 2015 a região de Umuarama contava com 135 mil hectares de soja plantada e este ano o número cresceu para 147 mil hectares


Com 90% da safra da soja colhida na região, dados do Departamento de Economia Rural (Deral) mostram um crescimento de 12 mil hectares da cultura dentro do solo arenito Caiuá, se comparado com 2015. O avanço é atrelado ao arrendamento de terras, onde era plantado cana-de-açúcar de açúcar, por produtores do Oeste. A retomada da cultura mostra a viabilidade da interação entre a oleaginosa, madeira e o pasto para os agricultores locais, como solução para despontar o setor agricultura regional.

Em 2015 a região de Umuarama contava com 135 mil hectares de soja plantada e este ano o número cresceu para 147 mil hectares. Segundo economista do Deral de Umuarama, Ático Luiz Ferreira, a soja tomou espaço de áreas onde antes era plantado cana-de-açúcar, devido ao fechamento de uma usina no município de Perobal. “Os donos das terras se viram descapitalizados com a situação da cana-de-açúcar e sem condições financeiras para investir em benfeitorias nas propriedades tiveram que arrendar as terras para os produtores do Oeste”, explicou o entrevistado.

Ainda segundo o departamento, a colheita regional de 2016/2017 está chegando ao fim, sendo que 90% já foi realizada. “Tivemos uma produtividade não muito expressiva, pois essa nova soja plantada vem de um solo de cana-de-açúcar que é pobre. Até o momento a colheita apresentou uma produtividade de 3.140 quilos por hectares. Além do solo, tivemos destemperes com muita chuva em outubro seguido de meses de seca”, disse Ferreira.

A Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (SEAB) ressalta e que a volta da soja para a região retoma um velho plano local, que seria a interação entre lavoura e agropecuária. Conforme o agrônomo do Deral, Antônio Carlos Fávaro, a soja em uma área de solo pobre consegue recuperar a fertilidade, com manejo adequado. “Com o plantio de inverno do capim e o milho forma-se a palhada, o solo arenito Caiuá fica protegido e o pecuarista pode entrar com a soja. Desta forma, o gado também apresenta melhorias com alimentação de qualidade. Além da madeira, que leva o sombreamento e seria uma poupança para o agricultor. É um ciclo.”, explicou.

Fávaro informou que a região de Umuarama tem de 900 a 1 milhão de hectares com pastagens e boa parte precisa ser recuperada, quase que rotineiramente. “A integração da lavoura, pecuária e agora com a madeira fecha uma proposta técnica interessante para região, tudo integrado. Precisamos disso, pois não temos a transformação de produtos e a interação aqueceria a economia de forma intensa”, disse.

Caso o produtor regional investisse no sistema a conta da SEAB é que este multiplicaria em seis vezes sua renda na mesma área. Com a diversificação o produtor poderia apresentar uma média de R$ 1.000,00 de renda líquida por hectare com o gado, R$ 1.000,00 de renda líquida por hectare na soja e com o eucalipto uma média de R$ 5 mil por hectare ano. “O produtor local pode aprender com os arrendatários como trabalhar com a soja e aplicar isso aqui. O arrendatário é bem-vindo, mas é muito melhor se a gente pudesse ter a produção, com nossos próprios agricultores para os valores permanecerem na região”, ressaltou Fávaro.

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