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Kepler Weber obtém faturamento de R$ 10,7 milhões mesmo com alta dos custos


A Kepler Weber, maior fabricante de sistemas de armazenagem de grãos da América Latina, teve o seu resultado operacional afetado pela alta dos insumos, especialmente o aço, responsável por 60% dos custos. Até setembro, a empresa gaúcha teve uma receita bruta de R$ 239,1 milhões, 44% mais que no mesmo período de 2002. Apesar do crescimento das vendas de silos e equipamentos para terminais portuários, o resultado operacional melhorou apenas 5%, chegando a R$ 23 milhões.

Até o ano passado, o preço dos insumos representava 70,9% da receita líquida. Agora, o percentual subiu para 76,6%. O lucro, entretanto, cresceu mais, passando de R$ 2,9 milhões para R$ 10,7 milhões.

O presidente da Kepler Weber, Othon d’Eça Cals de Abreu, reclama que o aço subiu com o dólar, mas os preços acabaram não cedendo junto com a moeda norte-americana. "O repasse dos custos para os preços foi feito apenas em parte, porque o produtor não aceita. Honramos alguns pedidos com prejuízo" diz Cals de Abreu, entendendo que o resultado, no final das contas, "não foi bom".

Em maio, quando o preço dos insumos chegou a representar 89% dos custos do produto vendido, atingindo o pico, a Kepler Weber chegou a ter um prejuízo líquido de R$ 2,9 milhões. Com medidas de redução de custos, o desempenho voltou ao azul e foi melhorando a cada mês. "Precisamos recorrer a demissões, mas depois voltamos a recontratar e agora estamos trabalhando em três turno com dois mil funcionários", diz Cals de Abreu.

O período de dificuldade, porém, se descola da demanda do mercado da Kepler Weber, aquecido com o avanço do agronegócio no País. Um dos sintomas é o investimento de R$ 105 milhões programado para os próximos três anos em uma nova fábrica de sistemas de armazenagens em Campo Grande (MS), que deve ficar pronta em setembro de 2004, dobrando a capacidade de produção da empresa. "Mês passado deixamos de vender R$ 30 milhões por falta de fábrica. Não tínhamos como entregar os pedidos até 31 de janeiro", observa Cals de Abreu.

Das 50 mil toneladas atuais processadas na fábrica de Panambi, no Noroeste do Rio Grande do Sul, aproximadamente 25 mil são voltadas à produção de silos – sendo 20 mil para atender apenas os pedidos do Centro-Oeste. Segundo Cals de Abreu, a nova unidade colocará a empresa na liderança mundial de soluções para armazenagem de cereais. Hoje, é uma das três maiores.

No Brasil, a Kepler Weber detém 60% do mercado. Este ano, o peso das exportações no faturamento deve subir de 15% para 20%. Na Argentina, a participação chega a 36%. No Chile, 70%. No mercado externo, a aposta é por instalações portuárias, segmento aquecido no País por causa do crescimento das exportações. Até setembro, as vendas da empresa somaram R$ 254 milhões, um crescimento de 25% sobre o mesmo período do ano passado.

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