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La Niña, mesmo fraca, aumenta incertezas climáticas

Silva destaca que os efeitos não são uniformes


Silva destaca que os efeitos não são uniformes Silva destaca que os efeitos não são uniformes - Foto: Freepok

A atuação de uma La Niña de intensidade leve a moderada já é suficiente para alterar o regime de chuvas no país e gerar instabilidade para o produtor rural. Danilo Silva, gerente agronômico da Netafim, explica que o fenômeno aumenta as chuvas no Norte e Nordeste, reduz a regularidade no Sul e provoca comportamento irregular no Centro-Oeste e Sudeste.

“Temos observado uma La Niña de intensidade leve, mas que já provoca alterações perceptíveis no regime de chuvas e nas temperaturas, com aumento de precipitações no Norte e Nordeste, períodos mais secos no Sul e comportamento irregular no Centro-Oeste e Sudeste”, explica.

Silva destaca que os efeitos não são uniformes. No Nordeste, alguns municípios enfrentaram veranicos acima de 60 dias, enquanto no Centro-Oeste as precipitações recentes aceleraram o plantio da soja. No Sul, a combinação de calor e períodos secos exige reforço na irrigação. Ele acrescenta que eventos extremos, como o tornado em Rio Bonito do Iguaçu (PR), não estão ligados diretamente à La Niña, mas evidenciam a crescente variabilidade atmosférica.

As altas temperaturas também ampliam a demanda por água das plantas. O verão 2024/2025 foi o mais quente desde 1961, mesmo sob La Niña, aumentando a dependência de irrigação em regiões como Sul e Centro-Oeste. Para reduzir riscos, Silva recomenda decisões mais técnicas, baseadas na integração de dados de estações meteorológicas e sensores de umidade do solo.

Segundo o especialista, plataformas como a GrowSphere™ ajudam a automatizar bombas e válvulas, garantindo reposição de água com maior precisão. Ele reforça que não há receita única. Cada propriedade precisa ajustar o manejo conforme solo, cultura e fase da lavoura. A chave, afirma, é compreender a relação entre clima, solo, planta e atmosfera para enfrentar um cenário cada vez mais imprevisível.

“É uma construção conjunta. Produtor, consultor e agrônomo precisam avaliar o ambiente produtivo e desenhar a melhor estratégia para aquele momento. No fim do dia, entender a dinâmica clima–solo–planta–atmosfera é fundamental para enfrentar incertezas”, completa.

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