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La Niña terá pico em janeiro

A presença do fenômeno é o terceira mais intensa nos últimos 20 anos


Foto: Pixabay

A Agência de Meteorologia e Oceanografia Norte Americana (NOAA) atualizou as previsões para a La Niña em dezembro e manteve a presença de seus efeitos. A intensidade de ação do fenômeno é a terceira mais intensa em vinte anos. 

A La Niña causa o resfriamento das águas do Oceano Pacífico e, neste ciclo, está com temperaturas até 1,2ºC mais baixas que o normal. Isto reflete nas condições climáticas especialmente da Região Sul brasileira que passa por estiagem e já acumula perdas em culturas como o milho e dificuldades no desenvolvimento da soja, além de baixa reserva hídrica. No Sudeste e Centro-Oeste a irregularidade das chuvas na Primavera também é ligada ao fenômeno. Já no Norte e Nordeste as chuvas devem ficar acima da média até meados de 2021.

A previsão de atuação é até abril, com pico em janeiro e efeitos sendo notados até a chegada do próximo inverno. De acordo com o IRI (Instituto de Pesquisas Internacionais para o Clima e Sociedade) da Universidade de Colúmbia, em janeiro e fevereiro, há previsão de chuva abaixo da média na Região Sul, além do Sul do Paraguai,  Uruguai e Centro e Norte da Argentina. Com isso Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul devem ter precipitações bem irregulares.

Na maior parte do Sudeste e Centro-Oeste, o período é normalmente o mais chuvoso do ano, mas deve receber precipitação entre média e abaixo da média, indicando que as invernadas típicas da época do ano não serão tão duradouras.

Por outro lado o Norte, Leste e Norte do Nordeste receberão mais chuva que o normal, padrão típico quando há influência de La Niña. Além disso, boa parte do Brasil terá um verão com ondas de calor não muito duradouras. Apenas na Região Sul, o calor será mais persistente por conta da estiagem.

Como fica a partir de março 

Entre março e maio de 2021, o mapa de probabilidade de chuva do IRI mantém um período com chuva abaixo da média no Sul. A novidade é que partes de São Paulo (Oeste, Centro e Sul) e o Sul de Mato Grosso do Sul também terão chuva abaixo da média, algo comum sob La Niña entre o fim do verão e início do outono.

Por outro lado, o fenômeno deixará o início do outono mais chuvoso no Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Trata-se de outra característica do La Niña. A chuva demora a se regularizar na primavera, mas costuma postergar no outono. Não é possível, no entanto, afirmar se haverá total compensação da falta de chuva da primavera e do outono mais úmido, já que a estiagem foi prolongada em 2020.

Por fim, boa parte da Região Norte e o Norte do Nordeste permanecerão sob chuva acima da média. Um primeiro efeito do término do La Niña será visto apenas no fim de maio, quando há previsão da primeira onda de frio com potencial para geadas na Região Sul e no Sul de São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Muitos acreditam que o La Niña aumenta o risco de geadas, mas não. Apesar das ondas de frio mais fortes, elas não costumam avançar pelo interior do Brasil. O risco de geada costuma ser maior sob neutralidade climática (sem El Niño ou La Niña).


 

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