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Mandioca pode ser um bom negócio

Produtores estão fazendo a colheita da mandioca no RS


Os produtores estão fazendo a colheita da mandioca em todo o Rio Grande do Sul. Segundo o informativo conjuntural da Emater-RS/Ascar, a produtividade é positiva na maioria das regiões, com preços variáveis pagos pelo quilo do produto. A entidade recomenda o cultivo da raiz por ser uma planta de valor e fonte de alimentos para humanos e também para animais. O custo de produção é baixo e a aplicabilidade da matéria-prima é extensa. Usando as técnicas corretas de cultivo, plantar mandioca pode ser um bom negócio para as famílias rurais.
Conforme o técnico agrícola da Emater de Santa Cruz do Sul, Edimar Segatto, alguns agricultores já iniciaram a retirada das ramas da lavoura no mês de março. Nessa época, o rendimento por planta é menor, pois o desenvolvimento ainda não é completo. No entanto, a rentabilidade financeira é maior, porque o mercado ainda está desabastecido. A colheita e comercialização seguem até as primeiras geadas, quando os pés entram em dormência. “Depois desse período, o aipim fica mais difícil de descascar.”
Para evitar esse tipo de problema, Segatto recomenda que os produtores apostem em câmaras frias. Dessa maneira, podem colher na época certa, descascar e armazenar as raízes, garantindo o produto durante a entressafra. “Os consumidores podem ter mandioca de qualidade durante todo o ano”, explica. Segundo reforça, os consumidores estão cada vez mais exigentes e quem vende precisa estar atento. Muitos feirantes do município, por exemplo, já oferecem o produto descascado e até pré-cozido.
O produtor rural Rogério Henrique Mayer planta aipim há 17 anos em sua propriedade, na Travessa Kipper, interior de Santa Cruz. A raiz é um dos produtos comercializados pela família no box cinco da Feira Central, nas segundas e sextas-feiras. Na atual safra – que se iniciou em fevereiro –, ele calcula que já tenha colhido 800 quilos, mas ainda resta 70% da área de um hectare a ser colhida. “A média produtiva está muito boa, entre dois e três quilos por pé”, conta.
A mandioca com casca é vendida a R$ 1,00 e a descascada, a R$ 2,00. “As pessoas têm preferido comprar o produto sem casca.” Para Mayer, essa é uma ótima atividade, com menos mão de obra do que outras culturas e possibilita uma renda satisfatória. Todos os resíduos são aproveitados na alimentação dos animais. Além disso, o produtor consegue reaproveitar as ramas de uma safra para a outra, o que diminui os custos da lavoura.
PRODUÇÃO
De acordo com o técnico agrícola Edimar Segatto, a produção da mandioca é de fácil implantação e, na maioria dos casos, não requer o uso de agrotóxicos. Por ser uma planta rústica, adapta-se a quase todos os tipos de solo. Além disso, tem alta produtividade, com rendimento médio de 16 mil quilos por hectare e possibilidade de chegar a até 30 toneladas. “Depende muito da condução dos tratos culturais.” Em Santa Cruz, são aproximadamente 3 mil famílias produtoras e 900 hectares cultivados.
A maioria dos produtores rurais planta mandioca para o aproveitamento na própria propriedade. Na cozinha, a hortaliça é a base de diversos pratos e fonte de vitamina A e de altos teores de proteína.  Para alimentar as criações, é possível usar o aipim in natura, desidratado e triturado em forma de ração e ainda na elaboração de silagem. Segatto também reforça o alto potencial de aproveitamento. Além das raízes, o caule e as folhas também podem ser utilizados.

Alternativa para suínos

A mandioca é uma grande fonte de energia para alimentar os animais. Especialmente para os suínos, é uma boa alternativa nutritiva. Uma das melhores maneiras de usar a raiz no trato de porcos é em forma de silagem: compara-se ao milho como fonte de energia nas rações;  permite desocupar a terra para novas culturas; o produto se conserva por vários meses; e, misturada com alimentos ricos em proteína, a silagem de mandioca engorda suínos de forma rápida e barata.

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