Manejo da mancha oleosa desafia lavouras de maracujá
Para enfrentar o problema, produtores têm adotado estratégias
Para enfrentar o problema, produtores têm adotado estratégias - Foto: Pixabay
O Brasil lidera a produção e o consumo mundial de maracujá, com cerca de 70% do volume global, estimado em 700 mil toneladas anuais cultivadas em 46 mil hectares. A cultura tem peso social e econômico relevante ao abastecer o mercado interno e gerar emprego e renda para produtores de diferentes portes. Apesar desse cenário, o avanço da produção convive com entraves fitossanitários que limitam o desempenho das lavouras, sobretudo em regiões de maior umidade.
Entre os principais desafios está a mancha oleosa, doença bacteriana que atinge principalmente as folhas e compromete o potencial produtivo dos pomares. Em situações de manejo inadequado, as perdas podem ultrapassar 80%. O problema é mais intenso em áreas do Nordeste, como a Serra da Ibiapaba, no Ceará, onde o cultivo ocorre ao longo de todo o ano e a incidência aumenta no período chuvoso, entre dezembro e junho.
Segundo Ricardo Joaquim Carvalho da Silva, da Nordeste Atacado, a doença provoca desfolha severa, afeta ramos e pode manchar os frutos, reduzindo o valor comercial. Francisco Fernando, da Satis, destaca que a mancha oleosa interfere na fotossíntese, enfraquece a planta e prejudica a formação e o enchimento dos frutos, exigindo atenção redobrada no início das chuvas.
“Age no controle da bactéria, tanto preventivamente quanto de forma curativa, e pode ser utilizado em conjunto com outros defensivos,” observa Ricardo.
Para enfrentar o problema, produtores têm adotado estratégias que combinam ação direta contra a bactéria e estímulo fisiológico da planta. Entre as alternativas está o uso do Fulland, tecnologia da Satis voltada à indução de resistência e à potencialização de defensivos. Além disso, o manejo regional também considera outras pragas, como tripes, broca do maracujá, mosca das frutas e ácaros, com foco em estratégias integradas ao longo do ano.