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Mão de obra limita expansão de área de tomate no RS

Tradição em grãos e trabalho manual limitam expansão


Região tem aproximadamente 18 hectares cultivados comercialmente, mas tradição em grãos e trabalho manual limitam aumento de área

Na região de abrangência do Escritório Regional da Emater em Passo Fundo, há cerca de 18 hectares com cultivo comercial de tomates, com uma produtividade em torno de 60 toneladas por hectare. A maior parte da área é em campo aberto e, apesar dos preços estarem elevados no momento, não há expectativa de crescimento no cultivo, pois a mão de obra é o fator limitante.


De acordo com o agrônomo da Emater, Ivan Guarientti, são produzidas anualmente em torno de 700 toneladas de tomate. Os principais municípios que cultivam a hortaliça-fruta são Tapejara e David Canabarro. Já em Passo Fundo, a tradição agrícola está na produção de grãos e, a falta de mão de obra é outro motivo que limita a expansão da atividade.

Guarientti explica que a elevação significativa dos preços do tomate no momento se deve em função do clima, que prejudicou a safra no centro do país. “A produção gaúcha está sendo encaminhada para São Paulo e, como falta produto, os preços aumentaram. Como conseqüência, o preço praticado no Estado está semelhante ao de São Paulo”, explica. Mas o agrônomo enfatiza que a tendência é de preços mais estáveis a partir de maio, quando diminui as chuvas no centro sul do país, entrando nova safra.

Quem determina a época de plantio é a temperatura. Normalmente acima de 12º C, já é favorável. Na região, o período de plantio se da em setembro e, a colheita acontece 60 dias após, se estendendo até abril. Já a produção que ocorre em estufas, quando for de tamanho grande, como de dois hectares, por exemplo, é possível manter uma temperatura estável, permitindo que a planta produza durante o ano todo.




( / FOTO DIVULGAÇÃO)
Tendência é de que área cultiva não ser ampliada na região
Entretanto, conforme o agrônomo, o plantio de tomate exige muita mão de obra e, como na região o cultivo de grãos tem tradição, a falta de trabalhadores acaba sendo o entrave no aumento da produção. “Este é o limitante porque se trata de uma atividade bastante rentável”, destaca Guarientti.

Além disso, ele enfatiza que todos que trabalham com a hortaliça fruta sabem que o período de preços elevados é temporário. “Normalmente, nessa época, os preços sempre ficam mais altos”, diz. Todavia, se entrarem sistemas especializados de plantio, oferecendo produtividades mais elevadas e produção durante o ano todo, de forma que a Mao de obra não necessite ser grande, talvez haja um incremento no cultivo.

O agrônomo diz ainda que a atividade é bastante rentável. Com uma produção media de 60 toneladas por hectare, comercializando o quilo a R$ 2,00, a rentabilidade chega a R$ 120 mil.

Tecnologia na propriedade
Em Cacique Doble, o agricultor Alci Pasinato, 46 anos, tem sua principal atividade a avicultura. Porém, em menor escala produz hortaliças em 0,5 ha, entre elas tomate. No ano passado foram cultivados 400 pés. Já neste ano, como conseguiu uma variedade da Embrapa de Brasília, cuja produção pode chegar a 10 quilos por pé, vai ampliar o cultivo para 600 pés. Sendo que a produtividade média atinge no máximo 4 kg por planta.
Sua produção é toda em campo aberto, com plantio em setembro e colheita a partir de dezembro. Segundo Pasinato, conforme ele vai colhendo, já encaminha, em seguida, o produto para o mercado de São José do Ouro, que comercializa o tomate. Apesar dos preços estarem elevados no momento, ele acredita que quando chegar sua safra, vai receber na mesma faixa de preço do ano passado.

Porém, o agricultor comenta que com essa elevação de preço para o consumidor, está planejando para em 2014 aumentar significativamente sua produção de tomate, com investimentos em estufa. “Com essa tecnologia poderei aumentar a produção e cultivar especialmente no período de entressafra”, destaca. 

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