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Mapa lança plataforma tecnológica do PronaSolos

A ministra da Agricultura lançou nesta quinta-feira (3/12) a plataforma tecnológica do PronaSolos


Foto: Arquivo

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, lançou nesta quinta-feira (3/12) a plataforma tecnológica do Programa Nacional de Levantamento e Interpretação de Solos no Brasil (PronaSolos), que reúne em um sistema de informações geográficas mapas e dados de solos produzidos por Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Embrapa, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), órgãos estaduais e regionais e universidades. A cerimônia foi transmitida pelo canal do Mapa no YouTube.

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A plataforma é a primeira entrega do PronaSolos para a sociedade em geral, e seu lançamento marca o início do funcionamento do Sistema Nacional de Informação de Solos, conforme recomendações do acórdão 1914/2015 do Tribunal de Contas da União (TCU), que determinou que o Governo Federal promovesse o levantamento de informações adequadas sobre solos no Brasil e a sistematização dos dados existentes em um sistema de acesso público. O acórdão deu origem ao programa, oficializado em 2018.

A ministra Tereza Cristina celebrou a criação da plataforma tecnológica e disse que a agricultura brasileira pode evoluir cada vez mais com o conhecimento colocado à disposição da sociedade. “A ciência é que pode desmentir uma serie de mitos que são colocados contra a agricultura brasileira. Cada vez que oferecemos uma ferramenta como esta, mostramos o que é a nossa produção de alimentos para o Brasil e o mundo.”

Fernando Camargo, secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Mapa, destacou que a plataforma remove um grande entrave para a agricultura brasileira, que é a falta de conhecimento detalhado do solo. “Sem esse detalhamento, não vamos conseguir avançar na chamada agricultura sustentável de precisão e digital e em todo o planejamento público em que o solo seja determinante.”

Celso Moretti, presidente da Embrapa, lembrou que o sistema brasileiro de zoneamento agrícola de risco climático, que diz quando, onde e o que plantar, tem muito a evoluir a partir das informações geradas e sistematizadas pelo PronaSolos. “Essas informações da aptidão agrícola, junto com o detalhamento dos solos que o programa trará, tornará possível avançar na previsão da nossa safra e na redução do risco climático, que é um dos grandes gargalos do desenvolvimento. Também poderemos acompanhar melhor a questão da erosão e das áreas degradadas, sem contar a melhoria da eficiência da produtividade.”

A força das parcerias

Petula Ponciano, chefe geral da Embrapa Solos, enfatizou a importância das parcerias e da governança do PronaSolos. “Esse programa nos mostra como é possível transformarmos sombreamento entre instituições em sinergia. Ele é fruto de um arranjo institucional colaborativo, incluindo a iniciativa privada e a sociedade civil, e com base nesse arranjo é que foi construída a versão 1.0 da plataforma tecnológica, que ainda terá muitas funcionalidades a serem desenvolvidas ao longo do tempo.”

José Carlos Polidoro, pesquisador da Embrapa Solos (RJ) e coordenador do comitê executivo do PronaSolos, destacou o esforço significativo das equipes, ao longo dos últimos meses, para a construção desse primeiro módulo da plataforma, mesmo com as complicações trazidas pela pandemia. “É um sinal forte da governança do programa, pois todas as instituições presentes no comitê executivo deram sua parcela de contribuição em suas especialidades, trazendo as forças de suas redes para o nosso trabalho. Essas entregas são resultado de um esforço do Estado brasileiro”.

O coordenador do comitê estratégico do programa, Pedro Correa Neto, que ocupa o cargo de secretário-adjunto de Inovação Desenvolvimento Rural e Irrigação do Mapa, apontou que o grande desafio para os próximos anos é fortalecer e ampliar essas ações conjuntas das instituições envolvidas na construção da plataforma tecnológica, para alcançar sinergia e complementariedade efetivas. “Este será um grande legado para a administração pública e para a sociedade brasileira.”

O potencial da plataforma

Segundo Silvio Bhering, pesquisador da Embrapa Solos e coordenador do portfólio de projetos de Solos do Brasil da empresa, o principal ganho para a sociedade com a entrega de versão 1.0 da plataforma é o acesso ao acervo de estudos de mapeamentos e de perfis de solos do Brasil e outros dados e informações relevantes levantados nas últimas seis décadas, em um único local, de forma organizada e sistematizada.

A primeira versão da plataforma engloba o portal de dados, que disponibiliza por meio de um sistema SigWeb os diferentes mapeamentos de solos e outros temas básicos, enquanto o portal do conhecimento, integrado ao SigWeb, disponibiliza as diversas interpretações realizadas com base nos mapas de solos, como os zoneamentos dos mais diferentes fins – agroecológico, aptidão agrícola, disponibilidade hídrica, suscetibilidade à erosão hídrica e outros.

A plataforma SIGWeb permite carregar na mesma imagem mapas de diferentes instituições, como por exemplo o mapa de aptidão agrícola do MATOPIBA, importante fronteira agrícola que compreende as regiões do Cerrado do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, junto com o mapa de hidrogeologia da região, fornecendo indicações das áreas com maior impacto do uso de irrigação. Também é possível, ao abrir um mapeamento, acionar uma série de planos de informação para aparecerem em conjunto, entre eles biomas, bacias hidrográficas, hidrovias e rodovias, funcionalidade que torna possível verificar, por exemplo, as rodovias e hidrovias disponíveis em determinadas regiões produtivas.

“O foco desta primeira etapa foi agregar em um mesmo ambiente computacional dados e informações gerados ao longo dos últimos 60 anos, com métodos e técnicas distintas. Essa estratégia nos obriga a alertar para possíveis inconsistências ao visualizarmos em conjunto, em um mesmo ambiente de SIG, dados e informações tão diversos e calcados em técnicas e processos distintos”, alertou Hiran Silva Dias, chefe de divisão de geoprocessamento da CPRM.

Os pesquisadores também ressaltaram que a primeira versão da plataforma SigWeb do PronaSolos exige algumas habilidades técnicas para utilização, e por isso deve ser mais utilizada por técnicos, pesquisadores e tomadores de decisão. Ao longo do tempo, com o trabalho de simplificação de linguagem e ajustes na integração dos dados de diferentes bases, as informações serão mais acessível ao público leigo.

Próximas etapas

Ao longo de 2021 serão implementados o módulo de gestão e governança do PronaSolos, que será consolidado por meio de uma sala de situação e controle, e o módulo de ambiente de execução, que será responsável pelo desenvolvimento de ferramentas de análise integrada de dados e contemplará todos os aspectos operacionais, metodológicos e técnicos dos estudos do programa. Ambos estarão integrados à plataforma tecnológica.

As próximas etapas do trabalho também englobam a contínua alimentação da plataforma com dados de outras dezenas de instituições, além da adequação e integração de dados.   

Site oficial do programa

Também foi lançado pela ministra Tereza Cristina o site oficial do PronaSolos, que traz informações institucionais sobre o programa e que será a principal porta de entrada para a plataforma tecnológica, por meio de um banner de destaque. O site, que traz ainda diversas informações gerais sobre solos brasileiros, pode ser acessada pela página oficial do Mapa, na seção de Sustentabilidade – clique aqui.

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