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Melhorias na logística reduzem custos com transportes no setor sucroenergético

Usinas sucroenergéticas poderão economizar até R$ 3,3 bilhões com custos de transportes ao longo de três anos a partir de 2020


Com o aperfeiçoamento da infraestrutura de escoamento da produção de açúcar e etanol no Brasil, as usinas sucroenergéticas poderão economizar até R$ 3,3 bilhões com custos de transportes ao longo de três anos a partir de 2020. Uma melhor combinação entre os modais rodoviário, ferroviário e hidroviário também reduziria as emissões de dióxido de carbono (C02) em até 6,6 milhões de toneladas nesse mesmo período.

As projeções fazem parte do estudo “Estimativa da redução das emissões de gases de efeito estufa através da intermodalidade no setor sucroenergético: uma aplicação de programação linear,” trabalho desenvolvido pela analista econômica da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Maria Andrade Pinheiro, no programa de Pós-graduação em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq), instituição ligada à Universidade de São Paulo (USP).

“Esta redução nos custos e nas emissões no transporte do etanol e do açúcar depende de uma série de medidas, que vão desde a construção de novas estradas, dutos e ferrovias, até incentivos que estimulem a utilização de sistemas alternativos ao rodoviário, que responde por 58% das cargas transportadas no País,” avalia Pinheiro, cujo estudo teve a orientação do professor da Esalq, José Vicente Caixeta Filho. A autora do estudo identificou os principais corredores rodoviários, ferroviários e hidroviários utilizados diariamente pelas companhias do setor canavieiro para atender principalmente o mercado consumidor doméstico, cujas distâncias muitas vezes ultrapassam as barreiras dos dois mil quilômetros.

Para o caso do etanol, os principais fluxos verificados são os que têm como destino os centros de distribuição do biocombustível, como a cidade de Paulínia (SP), por exemplo. Em relação ao açúcar, os principais fluxos analisados são os que têm como destino os Portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR).

“Em relação ao escoamento do açúcar, são necessárias novas malhas ferroviárias que englobem a Nova Transnordestina, a Ferronorte e a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO), além de incrementar o transporte rodoviário e por hidrovias como a São Francisco, Paraguai-Paraná e Tietê-Paraná. Para o etanol, é fundamental a integração de todos estes modais ao Etanolduto, projeto da Logum que terá 1,3 mil quilômetros de extensão, abrangendo os estados de Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro,” explica a analista da UNICA.

Ganhos ambientais

Além do ganho econômico, outro benefício gerado pela conclusão das obras citadas, todas contempladas nos Planos de Aceleração do Crescimento (PAC) I e II do Governo Federal, será a redução das emissões de CO2 no transporte dos produtos sucroenergéticos. Segundo o estudo de Maria Pinheiro, seria possível mitigar 0,040 toneladas de CO2 para cada mil litros de etanol e 0,038 toneladas de CO2 por tonelada de açúcar transportado. No período de três anos, seriam evitadas 6,6 milhões de toneladas do poluente, um dos principais vilões do aquecimento global.

"Se considerarmos a redução das emissões de CO2 previstas pelo setor sucroenergético para 2020, que é de 112 milhões de toneladas, a mitigação anual de 2,2 milhões de toneladas de CO2 obtida em função da transferência de modalidade para o escoamento de açúcar e do etanol equivaleriam a quase 2% dessa meta," ressalta a economista da UNICA.

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