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Mercado de boi a termo deve se aquecer até o fim do ano

Mercado do boi a termo com perspectivas positivas



O aumento no consumo e o bom desempenho nas exportações são alguns dos fatores que trazem perspectivas positivas para o mercado do boi a termo, com um aquecimento nos preços a partir de agosto. Desta forma, confinadores ja devem iniciar a assinatura de contratos com frigoríficos e fixar os valores para entrega no final do período de engorda. Em 2014, só este mercado deve ser responsável pelo abate de 2,2 milhões de bovinos, pouco mais de 8% dos 26.697.728 de cabeças abatidas em 2013.

"O principal benefício do boi a termo para o produtor é a garantia de recebimento quando chegar a hora de abater os animais. É possível estimar a rentabilidade e verificar se os custos de produção serão cobertos, sem se preocupar com oscilações do mercado", afirma o gerente executivo da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), Bruno de Jesus.

A prática se torna ainda mais viável por conta dos altos preços praticados para o boi magro, que vai para a engorda, e responde pela maior parte dos custos de produção do confinador.

Em contrapartida, o gerente destaca que as informações fornecidas ao frigorífico no estabelecimento do contrato podem elevar o poder de compra da indústria. "O confinador deve informar quantos animais tem e em que época do ano pretende abater. Se um frigorífico juntar as informações de vários produtores, ele pode elevar seu poder de compra e fixar um preço menor no mercado. Quem tem contrato estabelecido não será prejudicado, mas quem não tiver pode entrar em desvantagem e ter que vender a preços menores", explica Jesus.

Chefe da mesa de negociações do Minerva Foods, o negociador Michel Torteli conta que, em 2014, pelo menos 30% da demanda de gado da empresa será atendida através de contratos no mercado a termo, um aumento de 10% em relação ao ano anterior.

"Esta modalidade de negócios é só uma forma de fixar preço. Já existe no milho, na soja e no boi é um pouco mais recente, é usada de dez anos para cá. Assim como o crescimento do confinamento de gado, que sobe ano a ano, os contratos a termo crescem na mesma proporção. Antes havia uma concentração na entressafra, que se expandiu", diz Torteli.

Mercado

A regularidade entre a oferta e demanda fez com que o mercado caminhasse de lado no decorrer do ano, mas as expectativas para este semestre são positivas.

"Na média mensal, houve uma pequena oscilação devido a uma pressão baixista no boi gordo. Na quinta-feira (10), o preço para novembro estava em R$ 128,85 por arroba e já chegou a R$ 130 no início do mês passado", diz o analista de mercado da Scot Consultoria, Antônio Guimarães de Oliveira.

Segundo o especialista, o mercado fica aquecido a partir de agora, com boas oportunidades de negócios principalmente no mês de agosto, considerando a liberação dos animais entre outubro e novembro para abate.

"A Copa do Mundo ajudou a segurar o consumo, as exportações estão indo bem e, de acordo com a Abiec [Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne], vão fechar o ano melhores do que em 2013. A proximidade com as eleições também pode resultar em algum benefício financeiro para o setor, ou seja, há um conjunto de fatores que nos levam a ter uma perspectiva otimista pare este segundo semestre", completa o gerente da Assocon.

Dados da JBS indicam que, de 2009 a 2013, o número de cabeças de gado negociadas através dessa modalidade saltou de 375 mil para mais de um milhão.

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