Mercado de milho entra em fase de acomodação
Nas últimas semanas, os preços interromperam o movimento de alta
Nas últimas semanas, os preços interromperam o movimento de alta - Foto: Canva
O mercado de milho atravessa um período de acomodação, marcado por menor volatilidade e ausência de sinais claros de retomada consistente dos preços, tanto no cenário internacional quanto no mercado brasileiro. De acordo com análise da TF Agroeconômica, o desempenho limitado das exportações brasileiras neste ano tem reforçado a dependência das cotações domésticas em relação ao mercado internacional, especialmente às referências de Chicago, que refletem o equilíbrio global entre oferta e demanda.
Nas últimas semanas, os preços interromperam o movimento de alta observado anteriormente e passaram a oscilar de forma lateral. Esse comportamento se repete no mercado externo, onde não há, no curto ou médio prazo, fatores capazes de sustentar uma valorização mais expressiva. O avanço das safras dos três maiores produtores mundiais contribui para esse cenário, reduzindo a expectativa de aperto na oferta.
Entre os fatores que oferecem algum suporte às cotações está o ritmo firme das exportações dos Estados Unidos, que seguem significativamente acima do registrado no mesmo período do ano anterior. Também circularam rumores sobre possíveis compras chinesas de milho norte-americano, embora a falta de confirmação oficial tenha limitado o impacto dessas informações no mercado. A Ucrânia segue com colheita avançada e mantém presença relevante no comércio internacional, com produção e exportações robustas.
Por outro lado, movimentos de realização de lucros por fundos de investimento, o bom desenvolvimento das lavouras argentinas e a ausência de notícias concretas que indiquem aumento consistente da demanda mantêm o viés do mercado ligeiramente negativo no curto prazo. No Brasil, o escoamento abaixo do esperado eleva os estoques internos e pressiona os preços, situação agravada pela forte concorrência dos Estados Unidos no mercado externo. A queda nos preços do boi e do frango também reduz parte do potencial de demanda por milho, apesar do suporte vindo do etanol.