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Mercado de tratores só cresce no Sudeste

A região Sudeste está sendo o principal mercado para a indústria de tratores, pelo bom desempenho da cana


A região Sudeste está sendo este ano o principal mercado para a indústria de tratores, em especial para a Massey Ferguson, marca líder do setor e fabricada pela AGCO do Brasil em Canoas (RS). Em um período de retração de vendas no País devido à seca que afetou o Sul do Brasil e à queda do preço da soja, o que também descapitalizou os agricultores do Centro-Oeste, o Sudeste surgiu como alternativa de crescimento nas vendas, uma forma de atenuar a crise no setor. A razão do bom desempenho está no momento favorável das culturas de cana-de-açúcar e do café, predominantes nos estados de São Paulo e Minas Gerais.

Citando números da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o gerente de Marketing e Produto da AGCO, Rubens Sandri, afirma que as vendas de tratores no País caíram 33% até julho em comparação com igual período do ano passado, enquanto a queda das vendas das colheitadeiras foi bem maior, chegando a 73%. "Com isso, formos buscar novos nichos para manter o volume de produção", explica Sandri.

No ano passado, foram vendidos no Brasil 28,8 mil tratores. O Sudeste absorveu 8,4 mil unidades, 29% do total. Até julho, foram vendidas 11 mil unidades, mas apenas o Sudeste ficou com 5,6 mil unidades, 51% do total, um crescimento de 23% sobre o mesmo período do ano passado

O desempenho da Massey Ferguson, segundo Sandri, foi melhor que a média por causa da tradição da marca com tratores voltados para a médias e pequenas propriedades. "No Brasil há uma concepção de que trator de quatro cilindros tem de ser Massey. E são esses justamente os que estão vendendo mais", afirma. A AGCO comercializou no ano passado no Brasil 9,7 mil tratores, o que deu à marca um market share de 33,8%.

No Sudeste, a empresa conseguiu participação ainda maior, com 39,1%. Até julho deste ano, dos 5,6 mil tratores vendidos pelo conjunto de fabricantes na região, 2,3 mil foram da Massey, levando a marca a abocanhar quase 42% do mercado. Estas 2,3 mil unidades equivalem ainda a um incremento de 40% nos negócios com os produtores da região. E deste volume, acrescenta Sandri, 92% se refere a tratores de quatro cilindros.

Sandri acredita que os agricultores da região Centro Oeste devem voltar a comprar mais no segundo semestre em virtude da aproximação da safra de verão, mas mesmo assim o Sudeste deve fechar 2005 como o principal mercado para os fabricantes de tratores. "O Sudeste deve representar entre 40% e 45% do mercado este ano", projeta. Ele lembra que a oportunidade encontrada no Sudeste ameniza mas não soluciona o problema do setor. Os tratores de maior potência, que representavam 31% do mercado em 2004, este ano participam de 17% do total.

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