Mercado de trigo encerra o ano com negociações paradas
No Rio Grande do Sul, as negociações seguem praticamente suspensas
No Rio Grande do Sul, as negociações seguem praticamente suspensas - Foto: Canva
O mercado de trigo no Sul do país atravessa o fim de ano com ritmo reduzido, negociações pontuais e expectativas concentradas nos efeitos do próximo leilão oficial. Segundo informações da TF Agroeconômica, o cenário reflete a combinação de estoques confortáveis na indústria, paralisações sazonais e cautela generalizada dos agentes.
No Rio Grande do Sul, as negociações seguem praticamente suspensas, com moinhos se preparando para paradas temporárias destinadas à limpeza e férias coletivas. Estima-se que entre 42% e 44% da produção da nova safra já tenha sido comercializada, somando cerca de 1,55 milhão de toneladas. Os preços referenciais do trigo para moagem variam entre R$ 1.100 e R$ 1.150 por tonelada nos moinhos locais, enquanto no porto os valores chegam a R$ 1.180 em dezembro e R$ 1.190 em janeiro. O trigo destinado à ração é negociado entre R$ 1.120 e R$ 1.130 por tonelada, e o preço da pedra em Panambi está em R$ 54,00 por saca. Apesar de exportações em andamento mesmo sem leilão, há expectativa de interesse pontual de cooperativas e cerealistas, sobretudo no Pepro, cuja oferta é de 110 mil toneladas, volume inferior à demanda potencial.
Em Santa Catarina, o mercado permanece travado, com moinhos apenas recebendo os lotes já adquiridos antes das férias. Negócios são raros e sem relevância, com paralisação quase total prevista até o início de janeiro. Vendedores mantêm referência de R$ 1.200 FOB, enquanto compradores evitam novas aquisições antes do próximo ano.
No Paraná, o ambiente também é de estagnação, influenciado pela alta do trigo argentino com 11,5% de proteína e pela valorização do câmbio. Moinhos já abastecidos até janeiro e vendedores aguardando possíveis impactos do leilão mantêm o mercado parado. Os preços nominais giram em torno de R$ 1.250 por tonelada CIF no norte do estado, com pedidas mais altas para janeiro, enquanto nos Campos Gerais as ofertas variam conforme prazo de entrega e pagamento. A expectativa é de que o leilão concentre a demanda nas maiores cooperativas do estado.