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Mercado do trigo

Assim, os negócios ainda estão lentos, mesmo com os vendedores optando por acelerar um pouco as vendas


Foto: Eliza Maliszewski

A cotação do trigo em Chicago, após recuar para US$ 6,01/bushel no dia 30/03, no primeiro mês cotado, quando se constituiu na mais baixa cotação desde meados de dezembro passado, acabou reagindo no dia 31/03, na sequência do anúncio dos relatórios do USDA. Porém, posteriormente cedeu, fechando a quinta-feira (01/04) emUS$ 6,11/bushel, contra US$ 6,12 uma semana antes. Vale destacar que a média de março ficou em US$ 6,35/bushel, com recuo de 2,46% sobre a média de fevereiro.

Aliás, este recuo na média mensal foi o segundo consecutivo neste mercado. Para comparação, a média de março de 2020 foi de US$ 5,30. Assim, o bushel de trigo se valorizou pouco mais de um dólar, em termos médios, nestes últimos 12 meses em Chicago. Em termos de relatório de intenção de plantio, o mesmo apontou que a área total de trigo nos EUA, neste ano comercial, chegará a 18,8 milhões de hectares, se tornando a quarta menor área semeada com o cereal desde 1919. Já o relatório de estoques de passagem, na posição 1º de março, acusou um volume de 35,6 milhões de toneladas, ficando 7% abaixo do volume registrado um ano antes.

Dito isso, os EUA embarcaram 302.188 toneladas de trigo na semana encerrada em 25/03, ficando abaixo das expectativas do mercado. No acumulado do ano comercial  atual tais embarques atingem a 20,3 milhões de toneladas, ficando os mesmos em linha com o ocorrido em igual momento do ano anterior. Aqui no Brasil, os preços do trigo de qualidade superior continuam elevados. A média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 78,85/saco, enquanto no Paraná a mesma ficou em R$ 84,00/saco. Na medida em que a entressafra avança e o câmbio continua encarecendo as importações, a tendência é de preços firmes para o trigo nacional, cujos estoques em mãos do setor produtivo estão baixos a partir de duas safras seguidas relativamente frustradas, considerando volume e qualidade.

Assim, os negócios ainda estão lentos, mesmo com os vendedores optando por acelerar um pouco as vendas. Pelo lado da demanda, os moinhos ainda estão abastecidos, diante de uma demanda que se enfraqueceu. Espera-se que a mesma venha a se aquecer a partir da entrada do novo auxílio emergencial aos brasileiros mais necessitados diante da pandemia. Apesar desta realidade, os preços do cereal não recuam no país, sendo que o comportamento dos mesmos se definirá melhor a partir do plantio da nova safra nacional e o clima que teremos durante o seu desenvolvimento e momento da colheita, a qual se dará a partir de setembro pelo Paraná.

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