Mercado futuro de café mantém tendência de alta
Preocupações com a oferta no curto prazo sustentam preços do café no mercado global
O mercado futuro de café, tanto arábica quanto robusta, mantém uma tendência altista, apesar das correções observadas na última sexta-feira e no início desta semana. Os contratos mais próximos do vencimento seguem mais valorizados, refletindo preocupações com a oferta no curto prazo. Mesmo com a liquidação de parte das posições compradas por fundos especulativos, o mercado ainda precifica uma alta, impulsionado por fatores climáticos e estoques reduzidos, conforme dados da Hedgepoint Global Markets.
Segundo as informações, os condições meteorológicas no Brasil continuam a ser o principal suporte para os preços, com clima predominantemente seco e quente nas regiões produtoras, o que aumenta as chances de impacto negativo na safra 2025/2026. As previsões indicam um retorno das chuvas mais significativo apenas na segunda quinzena de outubro, o que pode não ser suficiente para evitar o abortamento de parte das floradas já induzidas nas lavouras.
Segundo a analista de café da Hedgepoint Global Markets, Laleska Moda, o comportamento dos spreads entre os contratos futuros das variedades arábica e robusta evidencia uma maior preocupação com a cobertura no curto prazo. Os vencimentos mais próximos são os mais valorizados, refletindo um cenário de oferta apertada, agravado pela seca severa de 2024 e os baixos estoques tanto nas origens quanto nos destinos.
Além disso, a safra de café do Vietnã, que deverá ser colhida nas próximas semanas, também foi impactada pela seca e altas temperaturas no primeiro semestre de 2024, mantendo a expectativa de uma produção menor no país, o que contribui para um novo déficit global de café na temporada 2024/2025. Este seria o quarto ano consecutivo de balanço negativo no mercado global.
No caso do robusta, os estoques certificados da ICE continuam a recuar, com a demanda aquecida pela variedade em meio aos baixos estoques no Sudeste Asiático. Apesar do aumento das exportações de conilon do Brasil, a oferta brasileira pode não ser suficiente para compensar a menor produção vietnamita, o que mantém o mercado sensível a qualquer alteração na oferta.