Mercado interno guia ritmo do milho na África do Sul
A retração dos preços locais limita qualquer avanço mais robusto da área
A retração dos preços locais limita qualquer avanço mais robusto da área - Foto: Leonardo Gottems
A área de plantio de milho da Africa do Sul tende a permanecer estável no próximo ciclo, diante do recuo dos preços. Projeções do Serviço Agrícola Estrangeiro do Departamento de Agricultura dos EUA indicam que o plantio deve ficar em torno de 3 milhões de hectares em 2025-26, após uma forte colheita no período anterior. Segundo o órgão, o cenário repete a média das últimas seis safras, que reúne cerca de 2,6 milhões de hectares de lavouras comerciais e outros 350 mil hectares de produção não comercial.
A retração dos preços locais limita qualquer avanço mais robusto da área, influenciada por uma colheita doméstica estimada em 16,9 milhões de toneladas em 2024-25, pela queda das cotações internacionais e pelo fortalecimento da moeda local. Para 2025-26, a expectativa é de que a produção recue para 16 milhões de toneladas, redução de 6% em relação ao ciclo anterior. O consumo interno deve apresentar leve expansão, chegando a 14,2 milhões de toneladas, em linha com o ritmo moderado de crescimento populacional e econômico do país, que reúne 65 milhões de habitantes.
Os preços do milho branco tiveram queda superior a 35% na comparação anual, enquanto o milho amarelo recuou 25%. De acordo com o FAS, o movimento reflete excesso de oferta e aproximação dos valores aos níveis de paridade de exportação, somados à queda dos preços internacionais e à apreciação do câmbio rand/dólar desde o início do ano. O país segue como fornecedor relevante para a região, e as exportações devem alcançar 2,2 milhões de toneladas em 2025-26, apoiadas pela ampla oferta e pelos estoques finais de 1,8 milhão de toneladas, sem previsão de importações.