Mercados agrícolas abrem o dia com movimentos mistos

Os mercados agrícolas iniciaram o dia com movimentos distintos entre trigo, soja e milho, refletindo ajustes técnicos, influência do cenário externo e monitoramento de fatores geopolíticos e macroeconômicos. Segundo a TF Agroeconômica, o ambiente internacional segue determinante para a formação dos preços, com pressão sobre o trigo e tentativas de recuperação para soja e milho.

O trigo permanece sob viés negativo em Chicago, onde o contrato SRW atingiu novas mínimas ao redor de US$ 5,04 por bushel, pressionado por vendas técnicas de fundos. O cancelamento de uma venda de 132 mil toneladas de trigo branco dos Estados Unidos para a China enfraqueceu ainda mais as cotações, ao evidenciar maior competitividade de outros exportadores. Na Europa, os preços também recuaram, com contratos na França e na Euronext alcançando mínimas da temporada, puxados pelo vencimento de março de 2026 pouco acima de 185 euros por tonelada.

A soja apresentou leves ganhos em Chicago, mas o movimento foi descrito como técnico e sem forte convicção. A ausência de novidades fundamentais mantém o mercado atento ao clima da América do Sul, à demanda chinesa e ao ambiente macroeconômico e geopolítico. Vendas pontuais para a China e para destino não especificado ajudaram a estabilizar os preços após recente recuo abaixo de US$ 10,60 por bushel, embora persista cautela quanto ao cumprimento desses compromissos. 

O milho iniciou o dia em recuperação técnica, com o contrato março de 2026 voltando a operar acima de US$ 4,40 por bushel. O anúncio de nova venda de exportação de mais de 177 mil toneladas para o México trouxe suporte adicional às cotações. No mercado doméstico, os preços físicos recuaram no dia, apesar do avanço acumulado no mês. O cenário cambial, com alta do dólar no Brasil, e o avanço do petróleo favoreceram soja e milho, enquanto o fortalecimento do índice do dólar pressionou o trigo.