Mercados agrícolas reagem a clima e tensões externas
No trigo, as cotações registraram alta leve em Chicago
No trigo, as cotações registraram alta leve em Chicago - Foto: Canva
Os mercados agrícolas iniciaram o dia com oscilações moderadas, influenciados por novos riscos geopolíticos e por expectativas climáticas nas principais regiões produtoras, segundo informações da TF Agroeconômica. A instabilidade no Mar Negro voltou ao centro das atenções após o afundamento de um navio com carga russa e a reação do Kremlin, que ameaçou bloquear a navegação ucraniana, elevando o sentimento de cautela nas bolsas internacionais.
No trigo, as cotações registraram alta leve em Chicago, impulsionadas por esse cenário mais tenso. Mesmo assim, os fundamentos seguem amplos, e a licitação argelina mantém foco sobre as origens europeia e argentina, que permanecem competitivas no Norte da África. Há aumento da disputa no mercado marroquino, enquanto ofertas argentinas continuam abaixo de duzentos e dez dólares por tonelada FOB. Nos Estados Unidos, o registro de temperaturas extremamente baixas não deve prejudicar o trigo soft graças à cobertura de neve.
Na soja, o mercado opera de forma lateral, à espera de novos elementos. As condições climáticas na América do Sul seguem monitoradas, enquanto investidores reduziram parte das posições vendidas após as declarações do Kremlin, adicionando um leve prêmio de risco. O cronograma de embarques dos Estados Unidos para a China trouxe suporte, embora permaneçam dúvidas sobre o cumprimento das metas comerciais. O Brasil pode voltar a superar os Estados Unidos em 2026, apoiado por mais uma safra volumosa e maior interesse dos compradores no início do ano.
No milho, Chicago recuou um pouco por realização de lucros e maior oferta física americana. O bom ritmo de exportações limita quedas, enquanto o mercado aguarda o relatório do USDA, que pode redefinir estimativas da produção dos Estados Unidos.