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Migração é considerada normal


A “migração” de produtores mato-grossenses para outras regiões do país é vista como algo normal pelas entidades que representam a agricultura e a pecuária no Estado.

“A situação que vivemos hoje, com os problemas de logística e as restrições ambientais, impõe essa condição ao produtor. Vejo como normal um investidor migrar para outra região que tenha menos problemas ambientais e de infra-estrutura”, afirma o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja), Glauber Silveira. Para ele, buscar outras regiões é a saída para muitos produtores que estão enfrentando problemas com a legislação ambiental.

Segundo Silveira, muitos produtores são tachados de infratores das leis ambientais. “É uma coisa ruim e um equívoco. Mato Grosso está dentro da lei, os produtores estão dentro da lei. Só desmatamos o que é permitido. O problema é mudaram as regras do jogo depois que ela havia começado".

Ele aponta também que o Estado possui aproximadamente 8 milhões de hectares destinados à agricultura e que essa área poderia praticamente dobrar dentro da legalidade. De qualquer forma, Silveira destaca não ser intenção do produtor abrir mais áreas neste momento. “Mato Grosso conta com 61% de sua área ainda preservada. O nosso objetivo não é aumentar área, mas trabalhar as já abertas e melhorar a infra-estrutura”, afirma ele.

Na opinião do diretor executivo da Associação dos Proprietários Rurais (APR), Paulo Resende, está ficando cada vez mais difícil trabalhar com as leis ambientais atualmente em vigor. “O governo federal precisa regulamentar o código florestal, pois do jeito que está aí fica difícil. É preciso maior clareza, pois a nossa legislação está muito embaraçada e a nossa realidade é diferente de outras regiões. Cada Estado deveria ter sua legislação própria”.

Para Resende, a verdade é que Mato Grosso “está incomodando muita gente. O produtor está cerceado de trabalhar, pois há outros interesses por trás de tudo. É preciso preservar, mas é necessário também um equilíbrio. As regras do jogo precisam estar mais claras ao produtor”. (MM)

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