Milho: mercado prevê risco climático para a safrinha
Milho segue com viés de estabilidade a leve alta no mercado interno
Foto: Nadia Borges
Segundo a análise do especialista da Grão Direto, divulgada nesta segunda-feira (24), “a safrinha de 2026 já preocupa”. O relatório aponta que o atraso no plantio da soja no Cerrado e no Matopiba está deslocando a semeadura do milho para fora da janela considerada ideal. Conforme o documento, isso aumenta o risco climático da segunda safra, já que parte das áreas será implantada “quando as chuvas começam a se tornar mais escassas”. O especialista afirma que o mercado futuro já antecipa esse descompasso, com prêmios de risco incorporados aos contratos do segundo semestre de 2026.
A análise destaca ainda que há “competição doméstica por oferta”, impulsionada pela demanda aquecida. Segundo o relatório, dois fatores sustentam esse movimento: a expansão das usinas de etanol à base de milho e o ritmo forte das indústrias de proteína animal. O especialista afirma que essa competição direta pressiona a disponibilidade do grão e tende a se intensificar nos próximos meses, criando um ambiente mais disputado no mercado interno.
O documento observa que há suporte tanto no mercado físico quanto na B3. Mesmo diante de possíveis recuos em Chicago ou de movimentos desfavoráveis no câmbio, “os fundamentos internos tendem a formar um piso para os preços”, especialmente devido ao consumo firme de etanol e ração. O relatório descreve esse comportamento como um “colchão de suporte” que mantém as cotações sustentadas, mesmo sob pressão externa.
A análise conclui que o milho segue com viés de estabilidade a leve alta no mercado interno. A combinação entre risco climático crescente para a safrinha e demanda doméstica aquecida sustenta os preços, apesar de sinais negativos do ambiente internacional.