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Milho: produtor deve “fazer as contas”

Parte do milho que não segue para o exterior termina pressionando os preços


Parte do milho que não segue para o exterior termina pressionando os preços Parte do milho que não segue para o exterior termina pressionando os preços - Foto: Pixabay

O Brasil está conseguindo contornar parcialmente seu problema de exportação de milho, refletindo um cenário de maior dinamismo nas vendas externas. A análise da TF Agroeconômica aponta que os últimos dados da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) são relativamente animadores, embora o volume exportado no ano continue inferior ao do ano anterior, mesmo diante de uma safra maior, o que implica maior necessidade de escoamento.

No mercado interno, parte do milho que não segue para o exterior termina pressionando os preços domésticos, mas esse impacto vem sendo moderado: os preços subiram cerca de 2,94% neste mês e devem continuar em elevação, impulsionados pela boa demanda das indústrias de etanol de milho e pelas indústrias de carne bovina e suína, além da retomada das exportações de aves.

Quanto a recomendações, a TF Agroeconômica orienta o produtor a “fazer contas”: os cálculos recentes indicam que, no interior do Paraná, os preços deveriam estar por volta de R$ 59,60/saca e no interior do Rio Grande do Sul em torno de R$ 65,22/saca ao fim de outubro. Para novembro, as projeções são de R$ 61,74/saca no PR e R$ 66,85/saca no RS. Se o produto estiver sendo ofertado abaixo desses patamares, o alerta é de que você pode estar vendendo no prejuízo; acima deles, valeu a pena segurar — claro, desde que esse valor seja comparado com o custo individual de produção.

Entre os fatores de alta do mercado destacam-se: a boa demanda de exportação no segundo semestre que retira produto da disponibilidade interna, e a forte disputa por matéria-prima entre as indústrias de etanol e carnes, cujas margens estão favoráveis. Já os fatores de baixa envolvem: o acordo com a Coreia do Sul que até agora não gerou as vendas chinesas esperadas ao milho americano; a falta de detalhes sobre acordos comerciais com Japão e Coreia; a preferência dos agricultores dos EUA por vender milho agora em vez de segurar, diante da previsão de tempo seco no Meio-Oeste; e a ausência de dados oficiais por parte do governo dos EUA, o que dificulta a formação transparente de preços.
 

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