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Milho: redução na produção dos EUA

Neste contexto, apesar das reduções nos números estadunidenses, Chicago pouco se alterou neste início de ano


O bushel do produto, para o primeiro mês cotado, passou de US$ 3,75 no dia 20/12/18 para US$ 3,78 em 13/02, tendo fechado a quinta-feira (14) em US$ 3,74. A média mensal de dezembro fechou em US$ 3,76, enquanto a de janeiro/19 ficou em US$ 3,78/bushel. 

De fato, neste mercado foram poucas as notícias relevantes neste período. A guerra comercial entre EUA e China não sendo significativa para o milho, o mercado ficou atento ao relatório de oferta e demanda do USDA, o qual somente saiu no dia 08/02, assim como ao andamento da safra de verão sul-americana.

Quanto ao relatório, o mesmo indicou uma redução na produção dos EUA, para 366,3 milhões de toneladas, contra 371,5 milhões em dezembro. Tal produção é um pouco menor do que foi colhido no ano anterior, quando o volume final atingiu a 371,1 milhões de toneladas. Já os estoques finais estadunidenses, para 2018/19, ficaram estabelecidos em 44,1 milhões de toneladas, contra 45,2 milhões em dezembro. São estoques menores do que os 54,4 milhões registrados um ano antes. Sobre a safra mundial, o volume total se mantém estimado em 1,1 bilhão de toneladas para este ano, com estoques finais em 309,8 milhões de toneladas. No ano anterior tais estoques estavam em 340,8 milhões de toneladas. A produção brasileira está estimada em 94,5 milhões de toneladas e a da Argentina em 46 milhões. Ambos com aumento significativo sobre o ano anterior, quando o Brasil teria atingido a 82 milhões e a Argentina a 32 milhões de toneladas. O preço médio aos produtores estadunidenses, para 2018/19, ficou estabelecido entre US$ 3,25 e US$ 3,95/bushel, contra US$ 3,36 em 2017/18 e 2016/17.

Neste contexto, apesar das reduções nos números estadunidenses, Chicago pouco se alterou neste início de ano.

Neste momento, o mercado está ignorando a falta de chuvas nas regiões produtoras da Argentina e se atendo ao comportamento dos estoques nos EUA. De fato, as exportações estadunidenses de milho, na semana anterior, ficaram muito aquém do esperado, atingindo a 743.500 toneladas. As cotações em Chicago pouco reagem sem a melhoria destas exportações já que os estoques nos EUA ainda são importantes apesar das estimativas de redução em relação ao ano anterior.

Na Argentina e no Paraguai, a tonelada FOB fechou esta segunda semana de fevereiro em US$ 174,00 e US$ 124,00 respectivamente.

No Brasil, o preço do cereal, após virar o ano estável, engrenou um recuo a partir de meados de janeiro, na medida em que a colheita de verão se desenvolve. O balcão gaúcho, por exemplo, recuou de R$ 33,58 para R$ 32,25/saco entre os dias 27/12 e 08/02 (menos 4%), fechando esta segunda semana de fevereiro na média de R$ 32,48. Já os lotes, no mercado gaúcho, estão agora entre R$ 35,50 e R$ 37,50/saco, enquanto nas demais praças nacionais os mesmos oscilam entre R$ 23,00/saco em Sorriso e Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 42,00/saco em Itahandu (MG), passando por R$ 39,00/saco em Videira e Campos Novos (SC).

Na prática o mercado brasileiro apresenta um crescimento de oferta no sul do país, porém, dificuldades em São Paulo, onde a oferta de verão ainda praticamente não chegou. Com isso, os contratos mais recentes da BM&F estão entre R$ 41,30 e R$ 41,80/saco para março.

Dito isso, o plantio da safrinha 2019 chegava a 40% da área esperada em 08/02, contra 19% um ano antes nesta data, estando muito adiantado. A área com a safrinha do Centro-Sul brasileiro deverá crescer 7% neste ano. Até o início deste mês de fevereiro a comercialização da futura safrinha havia atingido a 11% do total esperado, ficando nos mesmos níveis do ano anterior.

Quanto a safra de verão, a colheita no Rio Grande do Sul estaria ao redor de 40% da área nestes meados de fevereiro. A produção final está estimada em 5,7 milhões de toneladas. No Centro-Sul brasileiro como um todo a colheita atingia ao redor de 20%.

Vale ainda destacar que, segundo a SECEX, as exportações brasileiras fecharam o ano comercial 2018/19 (fev-jan) em um total de 25,04 milhões de toneladas, ficando aquém das 30 milhões de toneladas necessárias para escoar os altos estoques, porém, atingindo um volume importante. Considerando que a safra anterior ficou ao redor de 80 milhões de toneladas, os estoques finais deverão se estabelecer abaixo de 13 milhões de toneladas, podendo fazer pressão sobre os preços futuros do cereal. Para o novo ano 2019/20, apesar da expectativa de uma safra total de 93,4 milhões de toneladas, os estoques finais recuariam para 10 milhões de toneladas. Todavia, isso dependerá de o país conseguir exportar, no corrente ano, um total de 28,4 milhões de toneladas.

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