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Milho fecha em alta em razão dos embarques dos EUA

O milho tornou-se mais atraente que a soja para os agricultores americanos


A disparada das exportações americanas de milho levaram a mais uma alta dos preços do grão na Bolsa de Chicago. Os contratos futuros com vencimento em dezembro se valorizaram 1,19% no pregão de ontem, cotados a 358,75 centavos de dólar por bushel. As exportações já alcançaram 1,4 milhão de toneladas na semana passada, segundo informou Paulo Molinari, da Safras & Mercado.

O volume elevado de milho exportado neutralizou o impacto negativo provocado por um relatório divulgado ontem (14-12) pela Informa Economics Inc. indicando que o plantio de milho nos Estados Unidos na próxima safra ocupará a maior área das últimas seis décadas.

Os dados, extremamente baixistas, indicam que o plantio de milho poderá dar um salto de 9,4%, e ocupar 85,922 milhões de acres (34,772 milhões de hectares), a maior área desde 1949, segundo a Informa. A empresa de pesquisa em commodities anteriormente conhecida como Sparks Cos., declarou que, com o avanço do milho, a área plantada com soja poderá despencar 6,8%, para 70,434 milhões de acres (28,504 milhões de hectares).

Esse dado, no entanto, não é suficiente para que os preços da soja disparem. Ontem, os contratos com vencimento em março fecharam a 677,50 centavos de dólar por bushel, 1,5 ponto acima do valor cotado no dia anterior. O milho tornou-se mais atraente que a soja para os agricultores americanos por causa da demanda recorde por etanol. Em setembro, a produção norte-americana de etanol alcançou volume 27% maior, em média, do que no mesmo mês do ano passado. Os preços do milho saltaram 80% no último período de 12 meses e alcançaram sua maior alta dos últimos 10 anos em outubro.

"Acho que o salto de 7 milhões de acres (2,833 milhões de hectares) não correspondeu ao que muitos esperavam", disse Dale Durchholz, analista de mercado da AgriVisor Services Inc. de Bloomington, Estado norte-americano de Illinois. "A área plantada com milho precisa dar um salto de 8,5 a 9 milhões de acres (de 3,44 a 3,642 milhões de hectares)"" para produzir o suficiente para atender à demanda para a produção de etanol, disse Durchholz.

O representante da Informa, empresa sediada em Memphis, no Tennessee (EUA), preferiu não comentar as projeções da empresa, que são baseadas em parte em sondagens feitas com os agricultores nas regiões produtoras. Molinari, porém, considerada prematura qualquer previsão sobre a intenção de plantio por parte dos agricultores americanos. Outro motivo de tensão, na sua opinião, será o comportamento do clima durante a próxima safra.

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