Milho mantém cotação e exportações recuam 5,6%
Custos do milho sobem 2,8% no Mato Grosso
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De acordo com a análise da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), referente ao período de 17 a 23 de outubro e divulgada na quinta-feira (23), o mercado do milho no Brasil manteve estabilidade nos preços. “As principais praças gaúchas continuam trabalhando com R$ 60,00 por saca, enquanto a média gaúcha ficou em R$ 62,75”, destacou o relatório. Nas demais regiões do país, as cotações variaram entre R$ 47,00 e R$ 61,00 por saca.
Segundo a Ceema, o recuo dos produtores em vender o produto tem impedido uma queda maior nas cotações. A leve desvalorização do real na última semana ajudou a melhorar as exportações, mas o volume ainda é considerado insuficiente para absorver a produção da última safra.
Para a temporada 2025/26, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta uma produção total de 138,6 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 1,8% em relação ao ciclo anterior. A área total semeada com milho nas três safras deve alcançar 22,7 milhões de hectares, com crescimento de 4,1%. Já a produtividade média prevista é de 6.109 quilos por hectare, uma redução de 5,4% na comparação com 2024/25.
No Rio Grande do Sul, a área cultivada deve atingir 817,1 mil hectares, aumento de 14,2% sobre o ciclo anterior. Mesmo com a expansão da área, a produtividade estimada é de 6.641 quilos por hectare, 12,5% menor que em 2024/25. A produção total gaúcha é projetada em 5,4 milhões de toneladas, resultado semelhante ao do ano passado.
A primeira safra nacional deve somar 25,6 milhões de toneladas, a segunda 110,5 milhões e a terceira, concentrada nas regiões Norte e Nordeste, 2,5 milhões de toneladas. O plantio da safra de verão alcançou 33,2% da área até 18 de outubro, índice ligeiramente inferior à média dos últimos cinco anos (34,4%). O Paraná lidera o avanço, com 90% da área semeada, seguido por Rio Grande do Sul (85%), Santa Catarina (78%), Minas Gerais (3,3%) e São Paulo (3%).
No Mato Grosso, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) registrou aumento de 2,8% nos custos com insumos para o milho, elevando a média para R$ 2.922,01 por hectare. “O produtor mato-grossense precisa entregar 76,7 sacas de milho para adquirir uma tonelada de ureia e 102,8 sacas para uma tonelada de MAP”, informou o órgão.
De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações brasileiras de milho totalizaram 3,57 milhões de toneladas nos primeiros 13 dias úteis de outubro, o que representa uma queda de 5,6% na média diária em relação a outubro do ano passado.