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Minas Gerais: exportações do agronegócio batem recorde no 1º quadrimestre

Demanda por ovos dispara e cresce 495% no exterior



Foto: Pixabay

Minas Gerais atingiu um novo recorde nas exportações do agronegócio durante o primeiro quadrimestre de 2025. De acordo com levantamento da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o setor respondeu por 46,8% das exportações totais do estado, com uma receita de US$ 6,5 bilhões e 5 milhões de toneladas embarcadas.

O desempenho representa o melhor resultado já registrado para o período desde o início da série histórica, em 1997. Em relação ao mesmo período de 2024, houve crescimento de 26% na receita, mesmo com uma retração de 6,2% no volume exportado. O avanço no faturamento foi impulsionado pela valorização média de 34% no preço por tonelada das commodities agropecuárias mineiras.

A Seapa estima que, mantidas as tendências atuais de preços e comportamento sazonal, o estado deve encerrar o ano com exportações agropecuárias entre US$ 19,5 bilhões e US$ 20,5 bilhões. “Esse desempenho reforça a posição de Minas como terceiro maior exportador do agro no Brasil, atrás apenas de Mato Grosso e São Paulo”, destacou a secretaria.

Os produtos mineiros foram enviados a 160 destinos internacionais, com destaque para a China (23%), Estados Unidos (13%), Alemanha (9%), Itália (6%) e Japão (5%).

O café liderou a pauta de exportações do agronegócio mineiro, com US$ 3,9 bilhões em receita e embarque de 10 milhões de sacas. Apesar da queda de 3% no volume devido à entressafra, o faturamento subiu 70% na comparação com o primeiro quadrimestre de 2024, representando 60% da receita total do setor no estado.

A soja, incluindo grãos, farelo e óleo, somou US$ 1,1 bilhão em receita e 2,9 milhões de toneladas exportadas. Houve queda de 9% no valor e crescimento de 0,7% no volume. Segundo a Seapa, os preços seguem pressionados por fatores como a guerra comercial entre Estados Unidos e China e o início do plantio do grão nos EUA.

Entre os destaques do período, os ovos registraram crescimento expressivo no mercado internacional. As exportações alcançaram US$ 6,6 milhões, com aumento de 495% no valor e 278% no volume, totalizando 3 mil toneladas. A demanda foi impulsionada principalmente pelos Estados Unidos, que enfrentam dificuldades no setor avícola devido à influenza aviária.

As carnes também registraram avanço. O total exportado somou US$ 533 milhões, com 158 mil toneladas embarcadas. A carne bovina respondeu por US$ 374 milhões e 78 mil toneladas, com alta de 19% em receita e 8% em volume. Os Estados Unidos ampliaram suas compras, com aumento de até 195%.

A carne suína movimentou US$ 24 milhões, com 11 mil toneladas vendidas. As Filipinas estrearam como destino e já ocupam o quarto lugar entre os principais compradores, com 10% dos embarques. A carne de frango totalizou US$ 128 milhões e 66 mil toneladas, com crescimento de 17% em valor e 10% em volume. As vendas para a China e os Países Baixos foram os destaques.

O segmento de produtos florestais — celulose, papel e madeira — superou o complexo sucroalcooleiro, ocupando a quarta posição entre os grupos exportadores do agro mineiro, com US$ 339 milhões e 559 mil toneladas. A mudança foi resultado da queda de 42,5% na receita e de 38% no volume do setor sucroalcooleiro, que fechou o quadrimestre com US$ 334 milhões e 711 mil toneladas exportadas. O recuo foi atribuído às condições climáticas desfavoráveis, que afetaram o desenvolvimento da cana-de-açúcar e comprometeram a produção de açúcar e etanol.

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