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Mosaic aciona a CVM contra fusão com Bunge

A Mosaic protocolou petição solicitando a investigação de supostas irregularidades no processo de fusão da Bunge com a Fosfertil


A Mosaic Fertilizantes protocolou na segunda-feira (05-02) na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) petição solicitando a investigação de supostas irregularidades no processo de fusão da Bunge com a Fosfertil. De acordo com o presidente da Mosaic, Tobias Grasso, o principal "ponto obscuro" está no valor das companhias, informado pela Bunge na documentação entregue à CVM. Para Grasso, a Bunge foi superavaliada; enquanto a Fosfertil, subestimada.

É com base nesse valor que é estabelecida a relação de troca entre as duas empresas. "Com essa distorção, os acionistas da Fosfertil perdem, pelo menos, 30% em relação aos da Bunge", estima Grasso. A Mosaic é uma das co-controladoras da Fertifos, que é acionista da Fosfertil, com 82% do capital votante. Junto com a Bunge, a Fosfertil tem o controle compartilhado da Fertifos.

Grasso explica que o banco Credit Suisse, contratado pela Bunge para fazer o cálculo, avaliou a Fosfertil em US$ 1,485 bilhão. O valor é cerca de US$ 232 milhões menor que o estimado pelo JP Morgan - US$ 1,717 bilhão. "Não foi contemplado o crescimento da Fosfertil, apesar de a empresa vender o total de sua produção e ter domínio de reservas de fosfatados para exploração por mais de cem anos", pondera o executivo da Mosaic.

Já a Bunge foi avaliada no processo de fusão em US$ 1,2 bilhão, segundo Grasso. "Se formos considerar o histórico da empresa, em 2004, ela foi avaliada em US$ 626 milhões. Há, portanto, uma superestimação de seu crescimento", afirma.

O diretor corporativo de Comunicação da Bunge, Adalgiso Telles, afirma que o laudo do Credit Suisse é totalmente confiável e que, o que ocorre, é clara intenção da Mosaic em protelar o processo de fusão. "Trata-se de um jogo de interesses, que nós entendemos, pois os dois grupos que estão contra a fusão são os que mais importam matéria-prima para o mercado brasileiro", afirma. Anteriormente a Mosaic já havia entrado na Justiça contra a fusão - o processo deve ser julgado amanhã.

De acordo com Grasso, há ainda a falta de algumas informações, como o balanço financeiro, publicado em Nova York. "Os acionistas americanos têm mais informações que os brasileiros", diz. Para ele, a fusão das duas empresas é maléfica ao mercado, pois põe no controle da Bunge 50,4% da Fosfertil, que detém 90% das reservas brasileiras de fosfatados.

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