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Mulher no agro: “ser trator ou estrada”?

Debate reuniu mulheres que atuam no setor para trocarem experiências


Foto: Pixabay

Essa história de mulheres no agronegócio é relativamente recente mas só no verbo porque na prática vem de longe. A participação é crescente. Dos cerca de 5 milhões de estabelecimentos agropecuários do país, um milhão tem o comando feminino na ponta. Juntas elas administram cerca de 30 milhões de hectares, cerca de 8,4% da área total ocupada pelos estabelecimentos rurais no país.

Por trás dos números há histórias, lutas, trabalho diário, qualificação, experiências adquiridas na prática. Carminha, Gabriela e Flávia possivelmente não se conhecem pessoalmente mas têm muito em comum, além do fato de serem mulheres. Todas buscam consolidar espaços com suas carreiras e mostrar caminhos para quem vem nesta trajetória. As três participaram de um bate-papo no evento Mulheres em Ação, promovido pela HO Genética e pela Orbia, nesta semana.

Carminha Gatto é uma veterana. E não é pela idade mas sim pela história trilhada desde os tempos de menina no interior do Rio Grande do Sul até a migração para o Oeste da Bahia, comando de entidades do agronegócio e gestão das propriedades rurais da família. No outro oposto Gabriela Foletto, no auge da segunda década de vida, jovem e obstinada para aprender na prática como a família produz arroz na fronteira gaúcha, dividindo a mesa e a colheitadeira com pai e irmão. Juntando essas histórias a psicóloga Flávia Camanho, especialista em Desenvolvimento Humano, mulher, empreendedora que mudou sua carreira executiva para ajudar outras a formarem seus rumos profissionais.

Qual o papel da mulher no agronegócio? Há quem diga que a mulher é trator mas pode ser estrada, em uma analogia. “Acho que podemos ser trator abrindo estrada e algum momento somos estrada que oportuniza que outros passem. Referência e trabalho que move a cadeia do agro”, destaca Carminha.

O debate destacou como é importante o equilíbrio entre homens e mulheres e entre as próprias mulheres, elementos considerados fundamentais para a gestão no campo. Juntam-se a isso a qualificação para conquistar novos espaços.

“Essa história de que a pior inimiga da mulher é outra mulher. Isso não é verdade. A gente sabe como dar a mão a outra mulher porque nos entendemos. A gente tem muito acesso a conhecimento e muita capacidade de troca nessa rede que existe de mulheres do agronegócio”, diz Flávia.

“Eu falar de agricultura para agricultores é fácil mas vamos levar nossa voz onde não alcançamos, no time de futebol, nas ONGs internacionais que nos criminalizam. Como ser a voz do futuro nessa cadeia do agro que tanto nos beneficia?” desafia Carminha.

Os desafios em crescer em um setor antes tão masculino é qualificado pelas participantes em algumas palavras-chave: qualificação, sensibilidade, intuição, força, reinvenção, visão ampla, trabalho conjunto, resultados, busca, família, proteção e técnica.

“A gente trabalha em família. Eu trabalho para isso, pensando no futuro da família. O dia a dia é na lavoura e buscamos aprender juntos, entre homens e mulheres”, diz Gabriela.

O debate completo pode ser visto aqui.
 

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