Empresas não falam em números, mas negócio pode ter passado dos R$ 25 milhões
A francesa Louis Dreyfus Commodities (LDC), uma das maiores companhias de agronegócio do mundo, acabou de adquirir a fábrica de suco de laranja da Cocamar Cooperativa Agroindustrial, localizada em Paranavaí. Na negociação, que vinha desde maio do ano passado, ficou estipulado que a LDC será responsável pela industrialização, comercialização e distribuição do suco, enquanto a cooperativa continuará negociando e dando assistência técnica diretamente ao produtor. A multinacional - com escritórios em 55 países e faturamento de US$ 60 bilhões em 2011 - assume a planta fabril no Paraná a partir do dia 2 de abril. Os valores da negociação não foram divulgados, mas estima-se que ultrapasse os R$ 25 milhões, que, segundo a Cocamar, é o valor contábil atual da indústria.
De acordo José Fernandes Jardim Júnior, vice-presidente da Cocamar, a venda da indústria de sucos é justificada devido à força do restante do mercado. ''Existe no Brasil grandes players atuando no negócio da laranja, empresas com participação global no setor. Com nosso tamanho industrial, ficava difícil trabalhar com grandes escalas no mercado internacional, inclusive na questão logística e comercial. Não tínhamos prejuízo, mas também não éramos competitivos''.
Júnior salienta que quando foi aberta a discussão da venda da indústria no ano passado, três empresas se interessaram pela compra, sendo que uma delas era japonesa. Ficou estipulado que a cooperativa então continuará sendo a gestora da produção, fazendo o recebimento do fruto e dando assistência técnica ao produtor, funcionando como uma intermediadora com a Dreyfus. ''No contrato assinado pelos produtores, no primeiro ano eles receberão no mínimo US$ 4,80 pela caixa de 40,8 kg e nos segundo e terceiro anos US$ 4,60. Se o valor de mercado ficar acima disso, a companhia paga uma diferença para a cooperativa que será repassada aos produtores''.
No total, são cerca de 600 cooperados do Estado fornecendo laranja para a fábrica, que atualmente possui 100 funcionários e processa sete milhões de caixas de laranja por ano. Com isso, a companhia francesa aumenta sua capacidade anual de processamento para 80 milhões de caixas no País em suas quatro indústrias, sendo três delas localizadas no interior de São Paulo. São 320 mil toneladas de suco concentrado por ano, sendo que 97% do volume total produzido no País é exportado para a Europa. ''Analisamos a citricultura do Paraná e percebemos que ela tem grande potencial para crescer. A ideia é dar continuidade a este projeto agrícola da Cocamar com seus cooperados'', avalia Henrique Freitas, diretor da Plataforma de Sucos da LDC Brasil.
Freitas garante que com a negociação os produtores vão continuar recebendo valores bem competitivos pela produção. Ele também confirma que há interesse em aumentar a capacidade da fábrica nos próximos anos. ''A região permite grandes possibilidades de expansão, o que vai de encontro aos nossos objetivos de se consolidar cada vez mais como um dos principais players do mercado de sucos'', conclui.
Victor Lopes
A francesa Louis Dreyfus Commodities (LDC), uma das maiores companhias de agronegócio do mundo, acabou de adquirir a fábrica de suco de laranja da Cocamar Cooperativa Agroindustrial, localizada em Paranavaí. Na negociação, que vinha desde maio do ano passado, ficou estipulado que a LDC será responsável pela industrialização, comercialização e distribuição do suco, enquanto a cooperativa continuará negociando e dando assistência técnica diretamente ao produtor. A multinacional - com escritórios em 55 países e faturamento de US$ 60 bilhões em 2011 - assume a planta fabril no Paraná a partir do dia 2 de abril. Os valores da negociação não foram divulgados, mas estima-se que ultrapasse os R$ 25 milhões, que, segundo a Cocamar, é o valor contábil atual da indústria.
De acordo José Fernandes Jardim Júnior, vice-presidente da Cocamar, a venda da indústria de sucos é justificada devido à força do restante do mercado. ''Existe no Brasil grandes players atuando no negócio da laranja, empresas com participação global no setor. Com nosso tamanho industrial, ficava difícil trabalhar com grandes escalas no mercado internacional, inclusive na questão logística e comercial. Não tínhamos prejuízo, mas também não éramos competitivos''.
Júnior salienta que quando foi aberta a discussão da venda da indústria no ano passado, três empresas se interessaram pela compra, sendo que uma delas era japonesa. Ficou estipulado que a cooperativa então continuará sendo a gestora da produção, fazendo o recebimento do fruto e dando assistência técnica ao produtor, funcionando como uma intermediadora com a Dreyfus. ''No contrato assinado pelos produtores, no primeiro ano eles receberão no mínimo US$ 4,80 pela caixa de 40,8 kg e nos segundo e terceiro anos US$ 4,60. Se o valor de mercado ficar acima disso, a companhia paga uma diferença para a cooperativa que será repassada aos produtores''.
No total, são cerca de 600 cooperados do Estado fornecendo laranja para a fábrica, que atualmente possui 100 funcionários e processa sete milhões de caixas de laranja por ano. Com isso, a companhia francesa aumenta sua capacidade anual de processamento para 80 milhões de caixas no País em suas quatro indústrias, sendo três delas localizadas no interior de São Paulo. São 320 mil toneladas de suco concentrado por ano, sendo que 97% do volume total produzido no País é exportado para a Europa. ''Analisamos a citricultura do Paraná e percebemos que ela tem grande potencial para crescer. A ideia é dar continuidade a este projeto agrícola da Cocamar com seus cooperados'', avalia Henrique Freitas, diretor da Plataforma de Sucos da LDC Brasil.
Freitas garante que com a negociação os produtores vão continuar recebendo valores bem competitivos pela produção. Ele também confirma que há interesse em aumentar a capacidade da fábrica nos próximos anos. ''A região permite grandes possibilidades de expansão, o que vai de encontro aos nossos objetivos de se consolidar cada vez mais como um dos principais players do mercado de sucos'', conclui.
Victor Lopes