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Município quer ser referência em milho crioulo

O objetivo é conquistar o selo de Indicação Geográfica (IG)


Foto: Divulgação

O pequeno município de Anchieta, com pouco mais de 5 mil habitantes, localizado no Oeste catarinense, está buscando o reconhecimento como produtor de milho crioulo. Como forma de preservar a tradição trazida por colonizadores em 1950, o objetivo é conquistar o selo de Indicação Geográfica (IG).

A IG protege a região produtora tanto nos aspectos culturais quanto econômicos, promove as variedades, além de permitir o acesso a mercados mais exigentes.

Ao longo dos anos o cultivo de milho crioulo atingiu seu ápice de número de produtores e de guardiãs das sementes na década de 90. A produção ocupa diversas propriedades locais, além dos municípios de Guaraciaba e Palma Sola. Hoje Anchieta é reconhecido por ser um dos que mais contribui com o milho crioulo no país.

Técnicos do Sebrae indicaram o município para a  IG na espécie de Denominação de Origem (DO). “O território poderá caracterizar o milho crioulo dessa região como DO por evidenciar as qualidades e características vinculadas ao meio geográfico, uma situação que, se bem promovida, pode garantir mercados especiais”, analisou o Anselmo Buss Junior. 

O Sebrae realiza o diagnóstico das potenciais IGs ou MCs brasileiras por meio de avaliações presenciais e virtuais, encaminhando ao Instituo Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Em Santa Catarina serão contempladas 19 regiões.

Incentivo para a cadeia local

Com apoio da Associação dos Pequenos Agricultores de Milho Crioulo Orgânico e Derivados (A.S.S.O) e da Cooperativa da Agricultura (Cooper Anchieta), diversas atividades preservam as variedades. Há incentivo para produzir sementes e fabricar farinha de milho crioulo para comercialização na cidade. O local também recebe a Festa Nacional das Sementes Crioulas, já realizada em sete edições. 

Além disso pesquisas foram realizadas no município com o propósito de analisar as propriedades das sementes, localização da produção, qualidade dos grãos e de que maneira o clima local interfere na formação das plantas. 

As entidades preveem a expansão da produção das sementes, principalmente do milho e da pipoca crioula e o desafio é fazer com que os produtores possam cultivar em grande escala. “Avaliamos como muito importante esse diagnóstico do Sebrae para IG. A partir desse trabalho percebemos que temos os principais requisitos para fazer esse registro embasados no trabalho desenvolvido, na produção, na história e nos estudos”, analisou a secretaria de Administração de Anchieta, Camila Baronio.
 

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