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Neutralidade da La Niña marcará o clima nos próximos meses

Intervalo entre uma chuva e outra deve diminuir, principalmente nas áreas mais a oeste do Sul



Intervalo entre uma chuva e outra deve diminuir, principalmente nas áreas mais a oeste do Sul

As precipitações ocorridas durante o mês de março seguiram o mesmo ritmo das observadas nos últimos meses, muito irregulares e com volumes totais muito abaixo da média, para a época do ano. A avaliação é meteorologista Luiz Renato Lazinski, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Segundo ele, o mês começou com um bloqueio atmosférico, sobre o centro-sul do Brasil, que impediu o avanço das frentes frias sobre a região, favorecendo a permanência de uma massa de ar mais quente e seca, que provocou uma forte onda de calor no início do mês e baixa precipitação, em boa parte do Brasil.

A partir de meados março, com o enfraquecimento deste bloqueio, houve a passagem de duas frentes frias, mas ainda com fraca atividade que provocaram baixos volumes de chuva, a primeira em meados do mês e a segunda, que provocou volumes de chuva um pouco mais significativos, passou pelo Paraná mais no final de março. Devido ao baixo volume de precipitação que estamos observando ao longo dos últimos meses, o que tem provocado uma significativa deficiência hídrica no solo, as lavouras no estado continuaram sofrendo com os efeitos da estiagem, comprometendo assim, o seu desenvolvimento e produtividade”, ressalta Lazinski.

A manutenção de tempo seco no Rio Grande do Sul e Santa Catarina favoreceu a colheita do milho e soja, porém as culturas apresentam queda na produtividade e na qualidade do grão. Em relação ao arroz, as boas condições de açudes e barragens permitiram um bom desenvolvimento da maioria das lavouras, a colheita no Rio Grande do Sul alcança o percentual de 45 %.

Conforme Lazinski, a temperatura também vem seguindo o mesmo padrão dos últimos meses, intercalando fortes ondas de calor com quedas acentuadas nas temperaturas. Devido ao bloqueio no início do mês, a primeira quinzena de março, foi marcada por uma forte onda de calor, que registrou desvios de temperaturas de 02 a 03°C acima da média. Durante a segunda quinzena, as temperaturas diminuíram um pouco, e foi marcada pela chegada de uma forte massa de ar frio, no final de março, que provocou uma queda brusca das temperaturas, inclusive com a formação das primeiras geadas, ainda que de fraca intensidade, no sul do Paraná.

“O fenômeno climático “La Niña”, que tem influenciado o nosso clima nos últimos meses, vem diminuindo sua intensidade rapidamente”, lembra. As temperaturas das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial, vem passado por uma rápida mudança de padrão nos últimos dois meses, passando de águas mais frias para um aumento gradual das temperaturas das águas superficiais naquela região. Observam-se águas mais frias a oeste do Oceano Pacífico Equatorial, enquanto próximo a costa oeste da América do Sul predomínio de águas mais quentes (01 a 02°C acima da média).


Os prognósticos dos modelos climáticos globais indicam uma situação de neutralidade climática (nem La Niña e nem El Nino), durante os próximos meses.
 

“As precipitações ainda devem continuar com esta distribuição irregular, e volumes abaixo da média, porém, voltando gradativamente aos volumes normais, ao longo do outono e início do inverno e o intervalo entre uma chuva e outra deve diminuir, principalmente nas áreas mais a oeste do sul do Brasil.”, antecipa o meteorologista do Inmet.

Quanto as temperaturas, Lzinski diz que devem continuar com o mesmo padrão observado no último mês, intercalando períodos um pouco mais quentes, com quedas acentuadas de temperatura, devido a incursões de massas de ar frio, que começam a chegar ao sul do Brasil, com maior intensidade, ou seja, os extremos de temperatura ainda devem predominar, ao longo do mês. “Podemos ter ondas de calor, mas não tão fortes como a registrada no início de março”, diz.
 
*Colaboração de Lucas Amaral
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