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Noroeste de São Paulo atrai mais indústrias de açúcar e de álcool


Empresários do setor de açúcar e álcool estão ampliando negócios na região noroeste de São Paulo. Está prevista para os próximos quatro anos a instalação de cerca de oito a dez novas usinas de açúcar e álcool na região de Araçatuba, um investimento estimado pelo mercado em R$ 800 milhões. Levando-se em conta aplicação de recursos para a co-geração de energia, o volume de investimentos pode crescer para R$ 1 bilhão nos próximos anos, segundo representantes do setor.

"O noroeste é a última fronteira propícia para a cana-de-açúcar no estado", diz Luiz Guilherme Zancaner, presidente do Grupo Unialco, com unidades industriais em Guararapes (SP) e Aparecida do Taboado (MS). Mais prudente, o empresário prevê a instalação de cinco novas usinas nos próximos dois anos com a geração de 7 mil a 8 mil novos empregos. "Em quatro anos, pode ser que novas indústrias de açúcar e de álcool estejam instaladas", diz Zancaner, que também preside a Udop (Usinas e Destilarias do Oeste Paulista), associação que reúne 28 indústrias do setor na região.

Segundo Zancaner, a topografia é favorável à mecanização, por ter áreas planas, e muitos pecuaristas estão optando por substituir pastagens por lavouras como reflexo do aumento dos preços da terra nos últimos anos. Segundo uma fonte do setor, os preços quase dobraram em apenas dois anos.

Mercado imobiliário

O presidente do Unialco confirma que houve expressiva valorização no mercado imobiliário. Hoje, segundo Zancaner, a cotação do alqueire (2,42 hectares) oscila entre R$ 10 mil e até R$ 15 mil. "No início de 2000, o preço oscilava entre R$ 5,8 mil e R$ 6,5 mil", diz. A produção de cana-de-açúcar na região noroeste de São Paulo deverá aumentar 10% no próximo ano-safra 2003/04, para cerca de 28 milhões de toneladas, em comparação aos 25,5 milhões de toneladas obtidos na atual, 2002/03.

Maior que o Paraná

"É um volume muito expressivo", afirma. Em termos de comparação, a produção de cana-de-açúcar do Paraná é de 23 milhões de toneladas e a da Região Nordeste soma 48 milhões de toneladas de matéria-prima.

Segundo uma fonte da Udop, que preferiu não se identificar, além das novas unidades industriais que serão instaladas, outras estão sendo reativadas. Localizadas na região, há previsões de que a Gantus e a Decasa retomarão suas atividades em 2004 enquanto a Vale Verde voltou a operar em 2002, após um período de paralisação decorrente da queda nos preços do açúcar e do álcool em 1999 e 2000.

Além destas, a Usina Moreno foi construída em 2001 e chegará a sua capacidade máxima até 2004.

Entre os investimentos previstos estão a Usina Vertente, do empresário Maurílio Biagi Filho, da Cia. Energética Santa Elisa, de Sertãozinho (SP), região de Ribeirão Preto, em parceria com a Cleel Empreendimentos; a Usina Alta Paulista, nome atual da Vale Verde, de Junqueirópolis (SP); a Alcoeste; o Grupo Petribu; a Usina Pioneiros; a Usina Everest; e a Usina Dracena, um investimento feito por três empresários de Paulínia (SP).

Para debater os temas relacionados ao setor de cana-de-açúcar, o novo pólo produtor vai organizar, entre os dias 11 e 13 de março, a Feira de Negócios da Agroindústria Sucroalcooleira (Feicana 2003), na cidade de Araçatuba.

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