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Novo Sisbov ainda gera muitas dúvidas

A principal mudança é o cadastro por propriedade e não mais por animais


O Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos, o novo Sisbov, apesar de estar em vigor desde setembro de 2006, continua gerando muitas dúvidas entre os pecuaristas. A principal mudança no sistema é o cadastramento por propriedade e não mais por animais. A adesão ao sistema passou a ser voluntária. O desconhecimento é tamanho que eventos sobre o assunto atraem grande público, como o ocorrido nesse domingo (17-06) no auditório do parque de exposições de Rondonópolis (MT).

Com o novo sistema, o produtor rural interessado na adesão deve fazer a inclusão de todos os bovinos e bubalinos existentes na sua propriedade. Apesar da adesão voluntária, permanece a obrigatoriedade de adesão para a comercialização para mercados que exijam a rastreabilidade. Conforme o diretor e responsável técnico da Pantanal Certificadora, Francisco de Assis Fonseca, o produtor que opta pela rastreabilidade está agregando mais valor a seu produto, além de estar cumprindo as exigências do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para exportação.

Conforme o empresário, também médico veterinário, uma das novas exigências é o registro de todas as ocorrências em um livro de registro da propriedade. Agora, todos os bovinos e bubalinos dos estabelecimentos rurais aprovados no Sisbov serão, obrigatoriamente, identificados individualmente e cadastrados na Base Nacional de Dados com o registro de todos os insumos utilizados na propriedade durante o processo produtivo.

Com o Sisbov, os frigoríficos que exportam a carne estão exigindo o rastreamento dos animais adquiridos. Em relação à agregação de valor, Francisco de Assis informa que os frigoríficos estão pagando entre R$ 2,00 e R$ 3,00 a mais por arroba para o animal rastreado. Com as alterações, Francisco de Assis acredita que os custos para a certificação aos produtores, praticamente, permaneceram inalterados. Por animal rastreado, ele calcula um custo médio máximo de R$ 2,50.

Francisco de Assis Fonseca, empresário: “o produtor que opta pela rastreabilidade está agregando mais valor a seu produto”.

O sistema reúne informações sobre os animais, desde o nascimento até o abate e embalagem do produto. A data limite para que os produtores inscritos no antigo Sisbov abatam ou comercializem seus animais cadastrados na Base Nacional de Dados sob as regras antigas, sem perder a rastreabilidade desses animais, é até 31 de dezembro de 2007.

Sob as novas regras, há também a necessidade de ficar atento a procedimentos como o cadastro de produtor; protocolo básico de produção; termo de adesão; controle de movimentação de animais; supervisão de uma única certificadora credenciada pelo Mapa; além de vistorias periódicas a serem feitas pela certificadora.

O empresário, contudo, ressalta que deve haver o comprometimento da certificadora nesse acompanhamento e orientação dos trabalhos feitos. “Vender brinco e não serviço de rastreabilidade pode causar sérios problemas, porque o pessoal do Mapa está fazendo visita às propriedades e está descredenciando e aplicando sérias medidas aos produtores e certificadoras por trabalho mal feito”, alerta.

O workshop sobre rastreabilidade bovina e curso de capacitação de supervisores técnicos, realizado nesse diomingo, também contou com as palestras do médico veterinário Plínio Leite Lopes, chefe do serviço de sanidade agropecuária em Mato Grosso, do engenheiro agrônomo Luiz Augusto Ferreira, chefe do serviço de política e desenvolvimento agropecuário no Estado, e de Marco Leão Cavalcanti, do Sicredi.

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