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O que deve mudar com novas zonas livres de aftosa?

Nesta quinta-feira (27) seis estados passam a integrar a zona livre


Foto: Eliza Maliszewski

Nesta quinta-feira (27) quatro estados brasileiros e parte de outros dois devem ser reconhecidos pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como zonas livres de febre aftosa sem vacinação. São eles os integrantes do Bloco 1 do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA): Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso. No Amazonas integram as cidades de Apuí, Boca do Acre, Canutama, Humaitá, Lábrea, Manicoré, Novo Aripuanã, Pauini, Guajará, Envira, Eirunepé, Ipixuna, Itamarati e parte de Tapauá. Já no Mato Grosso são Rondolândia e partes de Aripuanã, Colniza, Comodoro e Juína.

Até então somente Santa Catarina tinha este status sanitário. O estado não vacina os rebanhos contra a doença há 21 anos e foi reconhecido pela OIE há 14 anos, impulsionando as exportações.

Com a conquista do novo status para mais seis estados, o Brasil passa a ter 20,7% do rebanho bovino e 47,2% do rebanho suíno em áreas livre da doença, sem vacinação. A expectativa é que todo o país esteja totalmente livre da aftosa sem vacinação até 2026, conforme meta prevista no PNEFA, o que trará mais benefícios econômicos a toda a nação.

A erradicação da doença no Brasil é perseguida há mais de 60 anos pelo governo federal e autoridades sanitárias, e vem ocorrendo por etapas. Os processos de retirada da vacina envolvem vários requisitos como auditorias, pessoal suficiente para a vigilância sanitária, processos administrativos e vistorias de autoridades, além de contar com a ajuda do produtor para notificar eventuais casos.

A retirada deve impactar diretamente na abertura de novos mercados, aumento no volume de negócios das diversas cadeias produtivas como suínos por exemplo, diversificação de produtos, geração de novos empregos e diminuindo custos aos produtores rurais brasileiros.

“Esse reconhecimento vai abrir mercados mundo afora para vendermos aquilo que produzimos de proteína animal e vai incentivar investimentos em frigoríficos, em produção de proteína animal e, consequentemente, em emprego e renda para a nossa população, acessando esses outros mercados e colocando mais recursos no nosso Estado”, destacou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.

A expectativa é também de aumentar o acesso a mercados internacionais mais exigentes, com a entrada de novos cortes na exportação bem como  incentivar a adoção de novas estratégias competitivas pelas empresas, sobretudo via diferenciação de produto, que conferem maiores margens de rentabilidade. 

Apenas três países da América Latina são considerados livres de febre aftosa sem vacinação: Chile, Guiana e Peru. Além disso, existem zonas livres dentro de países na Argentina, Bolívia, Colômbia e Equador. Nessas áreas livres sem vacinação da América do Sul, exceto o Brasil, há cerca de 13 milhões de bovinos, demonstrando ainda mais o impacto desse novo reconhecimento brasileiro. Só no Brasil haverá aproximadamente 45 milhões de bovinos em áreas livres sem vacinação, mais de três vezes o que há no resto dos países sul americanos.

No Brasil o último caso de febre aftosa foi registrado em 2006, no Paraná. Neste momento ocorre a vacinação para os demais estados, com expectativa de imunizar 170 milhões de bovinos e bubalinos.
 

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