Oferta elevada pressiona trigo no Sul
No Paraná, o mercado segue travado
No Paraná, o mercado segue travado - Foto: Canva
O avanço da colheita no Sul tem mantido o ritmo das vendas de trigo, enquanto os preços seguem acomodados diante da ampla oferta regional, segundo informações da TF Agroeconômica. No Rio Grande do Sul, onde o volume destinado à exportação supera 700 mil toneladas, parte expressiva já foi efetivamente comprometida. Também há movimento constante de produtores e armazenadores, ainda aquém do esperado para esta fase da temporada, mas suficiente para dar fluidez ao mercado interno.
No estado, os preços variam entre R$ 1.080 e R$ 1.150 nos moinhos locais. Para trigo de moagem no porto, as indicações são de R$ 1.160 para dezembro e R$ 1.180 para janeiro. Já o trigo destinado à ração aparece a R$ 1.110 e R$ 1.115 para os mesmos períodos. A consultoria estima que 1,2 milhão de toneladas já tenham sido negociadas, o equivalente a 34,28% da safra, restando cerca de 1,3 milhão para o restante do ano. Do total separado para exportação, 344.927 toneladas foram nomeadas e 335.961 já embarcadas. O preço ao produtor recuou para R$ 54,00 em Panambi.
Em Santa Catarina, o avanço da colheita ocorre com relatos de produtividade menor, mas qualidade elevada, com PH entre 83 e 87 em alguns casos. Os valores permanecem próximos aos da semana anterior, com vendedores pedindo R$ 1.200 por tonelada e compradores entre R$ 1.100 e R$ 1.150, dependendo da região. Entradas do Rio Grande do Sul chegam a R$ 1.080 mais frete e produtos de São Paulo aparecem a R$ 1.250 CIF. Os preços pagos ao produtor recuaram ou se mantiveram estáveis, variando entre R$ 60,33 e R$ 64,00 conforme o município.
No Paraná, o mercado segue travado, com moinhos abastecidos e operações voltadas para 2026. As indústrias se preparam para parar em meados do mês e negociam apenas entregas pontuais. Os valores ofertados ficam entre R$ 1.170 e R$ 1.250 CIF, dependendo do mês de entrega. A entrada de trigo importado aumenta a competitividade, enquanto lotes gaúchos enfrentam dificuldades pela qualidade irregular após as chuvas.