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OIC aponta produção global de 168 milhões para o ano-cafeeiro 2019/2020

Estima-se que a safra de café arábica diminuirá em torno de 3,9%,


Foto: Pixabay

O Relatório sobre o Mercado de Café – Fevereiro 2020, da Organização Internacional do Café (OIC), aponta que a produção em nível mundial prevista para o ano-cafeeiro 2019/2020 está estimada em 168,86 milhões de sacas de 60 kg, o volume físico representa uma redução aproximada de 0,8% em relação à safra anterior. Assim, estima-se que a safra de café arábica diminuirá em torno de 3,9%, com produção de 96,37 milhões de sacas, e que a de café canéfora aumentara´ 3,7%, chegando a 72,5 milhões.

Com isso, calcula-se que o consumo mundial de café está estimado em 169,34 milhões de sacas no ano-cafeeiro 2019/2020, demanda que apresenta desempenho 0,7% superior ao consumo de 2018/2019, que foi de 168,10 milhões de sacas. Com base nesses dados, também se estima que o ano-cafeeiro 2019/2020 deva registrar um déficit de 0,48 milhão de sacas, na relação entre consumo e produção.

Exclusivamente no mês de janeiro de 2020, as exportações mundiais de café totalizaram 10,29 milhões de sacas, desempenho ligeiramente menor que as 11,14 milhões de sacas exportadas em janeiro de 2019. Nos quatro primeiros meses do ano-cafeeiro 2019/2020, que compreende o período de outubro a janeiro, as exportações diminuíram 5,8%, com 39,53 milhões de sacas vendidas aos países importadores, em comparação com as 41,95 milhões de sacas exportadas no mesmo período do ano-cafeeiro anterior.

Segundo o relatório, nos quatro primeiros meses citados do ano-cafeeiro 2019/2020, as exportações de Naturais Brasileiros diminuíram 11,8%, ao atingirem 13,28 milhões de sacas, e as de Outros Suaves diminuíram 6,6%, com 6,46 milhões de sacas vendidas ao exterior. Em contrapartida, as exportações de Suaves Colombianos aumentaram 0,6%, com 5,27 milhões de sacas. As exportações de canéfora (robusta) diminuíram 1,4%, ao caírem para 14,51 milhões de sacas. Todos os números citados foram comparados com o mesmo período anterior para fins dessa análise.

Com relação aos países produtores da África, constata-se que, nos quatro primeiros meses do ano-cafeeiro de 2019/2020, as vendas ao exterior aumentaram 9,5% e atingiram 4,38 milhões de sacas, haja vista que os três maiores produtores desse continente incrementaram suas exportações de café nesse período. Foi o caso, por exemplo, da Uganda, maior exportador regional, com 1,62 milhão de sacas vendidas aos importadores, volume que representa um aumento de 10% em relação aos quatro primeiros meses do ano-cafeeiro de 2018/2019. Além disso, as exportações da Etiópia aumentaram 18,2%, com 1,17 milhão de sacas, e as de Côte d’Ivoire aumentaram 5,6% e totalizaram 558 mil sacas. Em contraponto, as exportações da Tanzânia diminuíram 1,6%, com 393 mil sacas de café.

Com relação às exportações de café da Ásia & Oceania, os dados da OIC registraram que elas diminuíram em torno de 5,4%, com 12,21 milhões de sacas vendidas no mesmo período. Da mesma forma, as exportações do Vietnã caíram 14,6% durante esse período, com vendas de 8,35 milhões de sacas, pois os preços baixos do café desestimularam a venda do produto pelos cafeicultores, particularmente em vista da oferta abundante de robusta de outros países produtores. Do mesmo modo, as exportações da Índia caíram 8,4%, cujo volume físico foi de 1,41 milhão de sacas. Em contrapartida, as exportações da Indonésia aumentaram 86,8% e chegaram a 1,99 milhão de sacas, o que demonstrou recuperação em relação a diminuição ocorrida na produção do país no período anterior.

Em comparação com os quatro primeiros meses do ano cafeeiro de 2018/2019, as exportações do México & América Central cresceram 1,7% ao totalizarem 3,07 milhões de sacas. O crescimento esteve Honduras, cujas exportações aumentaram 2,6%, com 1,22 milhão de sacas.

No mesmo período, as exportações da América do Sul diminuíram 9,8% e caíram para 19,86 milhões de sacas. Em relação ao Brasil, as vendas ao exterior caíram 12,7%, com 13,16 milhões de sacas embarcadas, pois as exportações de café arábica do país diminuíram 17%, caindo para 10,74 milhões de sacas, e as de canéfora aumentaram 22,4%, com 1,13 milhão. A redução das exportações de café arábica nesse período foi decorrente principalmente da bienalidade negativa, fenômeno que alterna volume de produção maior em uma safra e menor na safra seguinte. Já as exportações da Colômbia aumentaram 1,5%, com 4,83 milhões de sacas, e a produção do país, segundo a Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia, aumentou 12,9%, para cerca de 5,61 milhões de sacas.

A Organização esclarece que para cada ano-cafeeiro os dados estatísticos são recebidos dos seus membros para fornecer estimativas e previsões da produção, consumo, comércio e estoques anuais, mas tais dados podem ser complementados por informações de outras fontes, quando as informações estão incompletas, atrasadas ou discordantes. E, ainda, que a Organização também considera múltiplas fontes para gerar balanços da oferta e da demanda relativos aos não-membros. Assim, como os países produtores estão localizados em diferentes regiões do mundo, com diversos anos-safra, isto é, períodos de 12 meses entre uma safra e a seguinte, os anos-safra considerados começam em 1° de abril, 1° de julho e 1° de outubro.

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