Ondas de calor afetam desempenho do milho gaúcho
Clima irregular impacta produtividade do milho no RS
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De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar na quinta-feira (25), a cultura do milho apresenta elevada variabilidade de desenvolvimento e de desempenho produtivo no Rio Grande do Sul. O cenário é atribuído à distribuição irregular das chuvas e à ocorrência de ondas de calor a partir da segunda quinzena de novembro. Conforme o informativo, “as condições ambientais no início do ciclo favoreceram o crescimento vegetativo em grande parte das lavouras”, mas a restrição hídrica posterior impactou negativamente áreas de sequeiro, sobretudo aquelas em fases mais sensíveis, como pendoamento, floração e enchimento de grãos.
A Emater/RS-Ascar aponta que o restabelecimento parcial da umidade do solo, após três eventos de precipitação registrados em dezembro, contribuiu para a retomada do crescimento em lavouras ainda em estádios vegetativos ou reprodutivos iniciais. No entanto, o documento ressalta que “as perdas já consolidadas não são passíveis de recuperação”. Assim, observa-se redução do potencial produtivo, principalmente nas áreas de sequeiro, com intensidade variável conforme a época de semeadura, as condições edafoclimáticas e o nível tecnológico adotado.
No aspecto fitossanitário, a situação é considerada adequada, embora, em áreas irrigadas, tenham sido identificados focos de bacteriose, com potencial de reduzir o rendimento. A incidência da cigarrinha-do-milho varia entre as regiões, sendo mais intensa no Norte do Estado. Segundo o informativo, as lavouras de semeadura tardia apresentam aumento da infestação da praga, o que demanda controle químico sequencial até a fase V10 para evitar danos à cultura.
Para a safra, a Emater/RS-Ascar estima o cultivo de 785.030 hectares, com produtividade média projetada em 7.370 quilos por hectare.