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Opinião: Calcanhar de Aquiles das commodities agrícolas

Os gargalos logísticos ainda prejudicam a boa performance dos transportes e a viabilização de maiores investimentos em MT



Por *Pedro Nadaf

Mato Grosso tem projeções elevadas para a atração de novos negócios e levantamento técnico para subsidiar projetos estratégicos, inclusive que se referem ao sistema logístico intermodal que considero como de importância vital para o escoamento da nossa produção. Os gargalos logísticos ainda prejudicam a boa performance dos transportes e a viabilização de maiores investimentos na região. O modal ferroviário na esteira de expansão econômica se constitui num grande vetor de desenvolvimento e precisamos ter um olhar mais fixado nesta plataforma.


Mesmo porque, tal modal comprovadamente tem reduzido os custos dos transportes, tendo-se em vista, principalmente o preço do frete que é inferior na média de 10 a 17 %, em relação ao rodoviário. Mesmo tendo no perfil logístico de Mato Grosso o modal rodoviário como principal alternativa para transportar as commodities agrícolas, o estado teve em 2011 desempenho muito positivo no ranking das exportações, com alguns produtos com resultados recordes. Seu superávit na balança comercial brasileira, que representa o saldo das exportações menos as importações, está entre os quatro maiores do país, sendo que atingiu no ano passado o saldo de US$ 9,52 bilhões. De 2009 a 2011 Mato Grosso teve peso importante na balança comercial, com a média de 30% do superávit brasileiro, somente no ano passado foi responsável por 40% e este ano já projeta crescer.

Você já imaginou se as commodities agrícolas matogrossenses fossem escoadas principalmente via ferrovia? Tem ideia do que isso representaria para o desenvolvimento regional? Sabe quanto se evadem da economia local devido ao transporte por estradas precárias? São muitas as perguntas, mas o que mais precisamos, entretanto, são de respostas para mover o estado cada vez mais pelos trilhos do progresso, e isso felizmente o governo tem dado, em nível de políticas públicas para o segmento.


O trem não pode descarrilar. O ano de 2012 promete ser ainda mais positivo para a economia matogrossense e isso passará, sem dúvida, pela comercialização dos seus produtos primários, considerados como os mais importantes na esfera das exportações. Felizmente as obras da Ferronorte foram retomadas.

A cada trilho que avançar em Mato Grosso o estado conquistará maior posição, em níveis estratégico e competitivo. Os tradings do agronegócio querem ouvir cada vez mais o apito do trem. Afinal, a logística comprometida pelas condições das estradas é ainda o calcanhar de Aquiles no admirável mundo das commodities agrícolas. Tenho esperança de que isso vai mudar.


*Pedro Nadaf é Secretário de Estado de Indústria e Comércio, Minas e Energia e presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac-MT.
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