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Ordenha robotizada chega para produção de leite A2

A adaptação dos animais ao robô é gradual, oferecendo menos estresses


Foto: Divulgação

A produção de leite A2 vem ganhando espaço. O leite e seus derivados de vacas com gene A2A2 estão livres da beta-caseína A1, responsável por causar desconfortos digestivos em algumas pessoas. É diferente da intolerância à lactose. Já a APLV é definida como uma reação imunológica adversa à proteína presente no leite de vaca. 

Hoje, 30% da produção de leite, o equivalente a 25 mil litros, são oriundos do rebanho A2. O leite com maior digestibilidade também já pode ser produzido com mecanização. Os robôs de ordenha podem melhorar o bem-estar dos animais e qualidade de vida do produtor. 

O processo já é comum na Fazenda Capetinga, localizada em São João Batista do Glória (MG). Há pelo menos cinco anos a meta era ser 100% leite A2. Por isso há três passou a inseminar todo o rebanho apenas com touros A2A2 e selecionando para venda eventual os animais que não são A2A2. Hoje 60% do rebanho do local tem a característica. O médico-veterinário, Marcelo Maldonado Cassoli, gestor da fazenda da família, destaca que esta foi uma forma de agregar valor ao produto. Toda a ordenha se dá de forma individualizada por robôs. “Tiramos o leite A2 em um robô e o leite normal em outro que é uma das exigências para a certificação da fazenda para produção do leite diferenciado”, explica.

A família tem 114 vacas holandesas em lactação no confinamento em sistema freestal. As que estão em pré-parto ficam no compost barn. “Todo o nosso rebanho é fruto da inseminação do rebanho original Jersey com sêmen Holandês. Hoje temos animais puros Holandeses e diversos graus de sangue do cruzamento Jersolando (maioria acima de 7/8 de grau de sangue holandês), que produzem entre 4.200 a 4.300 litros/dia. Houve aumento de produção de leite/vaca/dia e taxa de serviço na reprodução, refletindo positivamente na taxa de prenhez por consequência”, conta Cassoli.

O T4C, o sistema que opera o robô de ordenha, tem ajudado muito na gestão da propriedade. Ele fornece uma série de informações sobre os animais e a adaptação dos animais ao robô é gradual, oferecendo menos estresses. Na fazenda o processo de transição ocorreu duas semanas antes do início da ordenha nos robôs, quando foi iniciada a passagem dos animais pelos equipamentos quando voltavam para o barracão. Em seguida permitiram por mais algum tempo os robôs apenas servindo ração na volta das ordenhas do dia e ficavam também com livre acesso à noite.

“Quando notamos que já havia bastantes visitas voluntárias ao robô à noite para comer ração, programamos o início da ordenha robotizada. Desta forma a adaptação dos animais foi muito mais amigável para os animais e acredito que seja hoje uns dos fatores responsáveis pelo bem-estar observado e por termos chegado tão rápido a 3,5 ordenhas por animal/dia”, finaliza Cassoli.
 

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