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Os males da cigarrinha do milho

Especialistas ajudam a entender os ataques, a atuação na lavoura e como o produtor pode manejar


Foto: Pixabay

A cigarrinha do milho só acomete plantas de milho. Ela pode usar outras fontes de alimentação temporária como pastagens, arroz e soja, por exemplo, mas só se reproduz em plantas dos gêneros Zea, o que inclui milho e milho-pipoca; de Tripsacum, gramínea que não existe no Brasil e teosinto, outra gramínea.. É registrada no Brasil desde a década de 70 mas passou a ganhar maior importância com o crescimento da segunda safra e avanço de áreas irrigadas no Sudeste e Centro-Oeste. O inseto se adapta bem em áreas tropicais como as lavouras brasileiras e sobrevive de uma safra para outra nas plantas tigueras de milho.

Confira mais sobre a cigarrinha no Agrolink Fito.

No Centro-Oeste a incidência é forte desde a safra 2016/17. Há cerca de duas safras vem apresentando maiores prejuízos, especialmente no Sul do Brasil. A explicação pode vir de nuvens migratórias de outras regiões ou ainda elas estarem se desenvolvendo localmente. “Nós, entomologistas, acreditávamos que a praga não se desenvolveria tanto no Sul devido ao frio. Na última safra tivemos geadas irregulares, chuvas abaixo da média no início do desenvolvimento da lavoura em agosto e temperaturas acima do normal, Tudo isso favoreceu o desenvolvimento de mais gerações em curto espaço de tempo”, destaca o pesquisador da Epagri, Leandro Ribeiro.

Nem todo inseto transmite as doenças do complexo de enfezamentos ao milho. Um estudo busca avaliar este potencial infectivo. “Em Santa Catarina estamos propondo um programa que servirá de modelo para o país e que vai avaliar qual a população de cigarrinhas que realmente transmite os molicutes e causa doenças. Isso faz com que o setor produtivo consiga tomar medidas de forma assertiva logo na pós emergência”, diz o entomologista. A iniciativa deve ser aplicada já na safra 2021/22.

Um dos problemas verificados é que grande parte do ano tem plantas de milho nas lavouras do país. Hoje o Brasil faz três safras do grão. O professor de Agronomia da PUC-PR, Campus Toledo, João Edson Kaefer, diz que talvez medidas já existentes em culturas como algodão e soja podem colaborar. “Acredito que o vazio sanitário talvez fosse uma boa opção. Tem que ser avaliada pelas autoridades caso tenhamos uma grande população do inseto”, destaca.

Veja no vídeo como se comporta o inseto, que doenças e prejuízos causa no milho e dicas de especialistas de como manejar e evitar a praga na lavoura:


 

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