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Os solos da Amazônia na agenda: encontro científico e novos mapas

Cientistas, técnicos e produtores para debaterem as principais questões relacionadas a essa área do conhecimento na região.


Os solos da Amazônia têm duplo destaque neste mês de agosto no Pará. A começar esta semana pelo Amazon Soil 2016 – II Encontro Regional de Ciência do Solo na Amazônia Oriental, que reunirá no município de Capanema, de quarta-feira a sábado (10 a 13), cientistas, técnicos e produtores para debaterem as principais questões relacionadas a essa área do conhecimento na região.

Palestras, debates e visitas técnicas em área agrícola e em minas fazem parte da programação. O tema oficial do encontro - "O solo como base do sistema produtivo sustentável na Amazônia" - é também o tema da primeira palestra científica, a ser proferida na noite do dia 10, às 20 horas, pelo pesquisador aposentado da Embrapa Amazônia Oriental, Ítalo Cláudio Falesi. O especialista é pioneiro nos estudos de solo da região amazônica nos anos 1950, ainda no tempo do Ipean (Instituto de Pesquisas e Experimentação Agropecuárias do Norte), instituição que antecedeu a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa e foi por esta incorporada nos anos 1970.

Além de Ítalo Falesi, outros nove pesquisadores que têm ligação com a Embrapa estão entre os cerca de 30 palestrantes, debatedores, coordenadores de mesa redonda e instrutores de atividade externa. São eles, no dia 11, os pesquisadores Arystides Resende Silva (falará sobre queimadas e alternativas ao uso do fogo na Amazônia, às 8h); Moacyr Bernardino Dias Filho (sobre degradação das pastagens e dos solos, 8h50); Manoel da Silva Cravo (aposentado da Embrapa, atualmente na Universidade Federal Rural da Amazônia – Ufra, sobre recomendações de adubação e calagem para o Estado do Pará, 17h50).

No dia 12: Ismael Viégas (pesquisador aposentado da Embrapa, atualmente na Ufra, sobre fertilidade do solo e nutrição mineral do dendezeiro, 8h); Osvaldo Kato (Manejo ecológico do solo por meio da adubação orgânica praticada pela agricultura familiar do Estado do Pará, 10h10); Edilson Brasil (coordenador de mesa redonda, 16h10); Moacir Valente (pesquisador aposentado, apresentará a metodologia utilizada para o novo Mapa de Solos do Pará, que está prestes a ser lançado, 16h10); Adriano Venturieri (Zoneamento Ecológico-econômico para o Pará, 16h35).

No dia 13: pesquisador Amaury de Carvalho Filho, da Embrapa Solos, sediada no Rio de Janeiro (instrutor de visita técnica em área de produtor, das 7 às 16h). O Amazon Soil 2016 (no auditório Frei Leônidas Vavassori, na Praça da Matriz de Capanema), é uma promoção da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, com realização da Universidade Federal Rural da Amazônia.

Lançamento do mapa de solos

O outro destaque do mês é o lançamento (dia 16, na Embrapa em Belém) da versão atualizada do Mapa de Solos do Pará, juntamente com o Mapa de Aptidão Agrícola do Estado, sobre os quais haverá palestra no Amazon Soil 2016 nesta sexta (12),às 16h20min. Os novos mapas cobrem todos os 144 municípios paraenses e englobam áreas alteradas fora de unidades de conservação e terras indígenas.

O ex-pesquisador da Embrapa, engenheiro agrônomo Moacir Azevedo Valente, é o responsável pela atualização, por meio do projeto Uniformização do Zoneamento Ecológico-Econômico da Amazônia Legal (UZEE), juntamente com os geógrafos Antonio Guilherme Campos, da Embrapa Amazônia Oriental, e Luiz Henrique Gusmão, bolsista do projeto pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Valente explica a metodologia do trabalho, salientando que tomaram por base os mapas de solo traçados para o Zoneamento Ecológico-econômico (ZEE) da área de influência da BR-163 (Cuiabá-Santarém) e da BR-230 (Transamazônica) - mais conhecido como ZEE da Zona Oeste -, e para o ZEE da Zona Leste e Calha Norte do Pará, deixando tudo de acordo com as terminologias e recomendações da versão mais recente do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (de 2013, revista e ampliada).

"Detalhamos em escala de 1:250.000, apropriada a dimensões maiores como as de um Estado, onde 1 centímetro no mapa equivale a 2,5 quilômetros no terreno. Este novo mapa de solos, mesmo sem o detalhamento minucioso que uma escala proporcional a áreas municipais permitiria, já possibilita um olhar mais detalhado sobre as condições de solo dos municípios paraenses, pois originou 12 outros mapas, um para cada região de integração do Pará", avalia Valente. 

Nem bem acabaram o mapa do Pará, o pesquisador informa que a equipe do projeto UZEE começou a fazer os mapas de solo do Maranhão e Amapá já há algum tempo. "Mapa de solo é ferramenta básica, fundamental para se fazer o zoneamento", declara. 

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