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Ouro negro: cacau melhor, renda maior

Cooperativa da Bahia formada por 127 famílias gera renda de forma sustentável


No sul da Bahia, mais precisamente em Ilhéus, um grupo de mulheres está mudando a vida de sua comunidade ao transformar cacau em chocolate de qualidade agregando assim valor a um fruto tão tradicional na região.

A Bahia é o estado que mais produz cacau no Brasil e a agricultura familiar é responsável por 90% dessa produção. Para atender a essa demanda surgiu em 2008 a Cooperativa de Serviços Sustentáveis da Bahia (Coopessba).

O grupo já vinha trabalhando há algum tempo na melhoria da amêndoa do cacau e aumento da produção. Foi a partir da seleção no edital de Alianças Produtivas do Bahia Produtiva, projeto vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), que a cooperativa pode contratar uma técnica agrícola, que está prestando assistência técnica às 127 famílias produtoras. 

Para a diretora da Coopessba, Carine Assunção, apesar da variedade de marcas de chocolate presentes no mercado brasileiro, muitas delas deixam a desejar em matéria de qualidade.

“Hoje as grandes marcas vendem tudo com preço mais barato, mas o nosso chocolate Natucoa é diferenciado, é bean to bar [da amêndoa à barra]. Fazemos um chocolate de qualidade com bom preço porque queremos que o produtor também consuma esse chocolate. É um chocolate que atende a todos os mercados”, explicou Carine.

O objetivo da cooperativa é promover a agricultura familiar da região, gerando valor e contribuindo com o desenvolvimento local, além de atuar na agroindústria de forma sustentável e responsável.

Por meio de diversas ações já é possível observar o aumento da renda das famílias produtoras de cacau e a melhoria na qualidade da amêndoa de cacau.

A história da produtora rural Rita Maria é um desses casos de sucesso. Ela e o marido voltaram para a Bahia após tentarem a vida em São Paulo.

Juntos conseguiram uma terra alugada e apesar do marido nunca ter trabalhado na roça, Rita enfrentou mais esse desafio e assim começaram a produzir para vender em feiras livres.

Há dois anos, Rita Maria iniciou sua plantação de cacau e hoje tem sua própria terra e o um carro, frutos de muito trabalho e da implementação de políticas públicas agrícolas na região.

Carine Assunção conta que as histórias de sucesso entre as mulheres são muitas, no entanto, as maiores regiões produtoras de cacau ainda são gerenciadas por homens.

“Focando em nichos de melhor qualidade é possível expandir a atuação da mulher na produção e condução do mercado de chocolates”, explicou a diretora da Coopessba, cuja diretoria é formada por tem 80% de mulheres.

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