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Panorama da produção de sementes de soja

O sistema de produção de sementes vai além da produção em campo, tornando o processo mais complexo


Foto: Marcel Oliveira

No que diz respeito à produtividade média por hectare de soja, o Distrito Federal se destaca no cenário do agronegócio brasileiro pela obtenção de índices superiores à média nacional, alcançando rendimentos na ordem de 3.540 kg/ha, enquanto a média nacional não ultrapassa 3.394 kg/ha. Tal feito é atribuído, sobretudo, ao clima regular aliado à adoção de modernas práticas agrícolas, melhoramento genético e práticas conservacionistas de solo e água, segundo estudo realizado pela CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento.

Ademais, a utilização de sementes certificadas contribui sobremaneira para a produtividade da lavoura, considerando que a semente se configura como um dos principais insumos na produção agrícola.

A taxa de utilização de sementes (TUS) no Distrito Federal, na safra 2017/18, corresponde a 68% do plantio, o que significa que dos 71.500 ha cultivados com soja na safra 2017/18, foram plantados 48.620 ha com sementes certificadas. O aumento da TUS dentro da legalidade é um reflexo da busca dos produtores pelo uso de sementes com qualidade, procedência e sanidade. Esse fator pode ser justificado pela conscientização dos produtores locais em relação à utilização de sementes de variedades mais produtivas, com adoção de maior tecnologia, acarretando maior produtividade.

A TUS do Distrito Federal, todavia, mantém-se próxima à média nacional, que é de 70%, devido ao lançamento anual de novas variedades adaptadas à região, o que pode demonstrar que os altos índices de produtividade ocorrem por aspectos geoclimáticos. 

Esse fato é atribuído ao hábito dos agricultores daquela região de utilizarem sementes salvas, ou seja, não certificadas, com o objetivo de redução dos custos de produção. Nota-se, por sua vez, que a região do Matopiba, o bioma cerrado dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, apresentou TUS acima da média nacional, o que pode ser explicado pela inserção de tecnologia e inovação, além da utilização de sementes certificadas, com produtividade e adaptação regional asseguradas por seu melhoramento genético.

Panorama da produção de sementes de soja

O sistema de produção de sementes vai além da produção em campo, tornando o processo mais complexo se comparado com a produção de grãos. Os campos de produção de sementes são mais rigorosos no controle de pragas e doenças, são registrados e acompanhados por técnicos do Mapa e pelas empresas de sementes. 

Após a colheita, as sementes são destinadas às UBS, passando por testes de laboratório para autenticação da sanidade e qualidade fisiológica, secagem, classificação, resfriamento, ensaque e armazenamento. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja (ABRASS, 2016), apenas entre 40% a 50% do que foi colhido nos campos de produção são classificados como sementes, sendo que os demais seguem para a venda de grão comum. 

O setor de produção de sementes de soja, ainda conforme a Abrass (2016), é um importante elo da cadeia produtiva desta oleaginosa e é um dos responsáveis pelo incremento na produção, principalmente na produtividade, por meio da transferência rápida e eficiente de tecnologia. Este setor conecta os avanços da pesquisa na área de melhoramento vegetal e biotecnologia ao campo, tornando dinâmica a agregação tecnológica no setor de produção.

As empresas produtoras de sementes de soja fazem a conexão com todos os elos da cadeia, uma vez que recebem o material das obtentoras, multiplicam e disponibilizam aos agricultores sementes de elevada qualidade, seja por meio das revendas ou da venda direta. A produção das sementes ocorre de maneira antecipada – enquanto uma safra está em curso, ocorre o beneficiamento das sementes que serão plantadas na safra seguinte, o que resulta na seleção das melhores variedades e no teste de novos materiais que chegarão ao mercado.

Por meio do melhoramento de plantas e outras tecnologias, como a transgenia, foi possível o aumento da produtividade agrícola observado a partir do desenvolvimento de plantas mais produtivas, menos suscetíveis a pragas e doenças e mais resistentes a determinadas condições climáticas e agroquímicos.

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