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Para Ocepar medida de reduzir o preço mínimo do trigo é negativa

Presidente reclamou que a entidade não foi consultada antes da medida ser divulgada


Segundo o presidente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslovski, a medida do Ministério da Agricultura de reduzir o preço mínimo do trigo é "extremamente negativa para o setor". Koslovski reclamou que a entidade não foi consultada pelo governo federal antes da medida ser divulgada. E também pontuou que se o governo tivesse sinalizado com essa mudança antes do início da safra, muitos produtores deixariam de produzir o grão.

"Estamos trabalhando para ter uma política de garantia de renda ao produtor de trigo, inclusive com o governo federal, e eles decidem diminuir o mínimo. Isso é inaceitável", pontuou o representante das cooperativas. A política adotada pelo governo, acrescenta ele, prejudica o setor e favorece, por exemplo, a geração de empregos em outros países produtores do cereal - e que vendem para o Brasil - como a Argentina.

"O governo precisa atuar de forma mais estratégica, não é possível criar uma política de garantia de renda dessa forma. É preciso se levar em conta que o setor está sujeito às intempéries", frisou. Koslovski concluiu que a medida significa um retrocesso para o setor e que ao decidir mudar as regras "no meio do jogo", o governo jogou contra os produtores.

Para Francisco Carlos Simioni, chefe do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), a medida não agradou ninguém no Estado. "Não agradou o governo nem o produtor"", reforçou. Se a medida não for revertida, observou, a expectativa ficará nas aquisições do produto pela indústria nacional. "Concretizando a previsão de mix do trigo, a indústria vai comprar maior quantidade do produto brasileiro e isso poderá minimizar o impacto da medida", disse.

Simioni observou que apesar da redução de preço mínimo ser negativa para o Estado, o Mapa deve ter tomado essa medida para ajustar os preços. Segundo ele, o preço mínimo vinha de um momento em que as commodities estavam valorizadas, como em 2008. E, depois da crise financeira mundial, foram desvalorizadas e o mínimo continou. Mesmo assim considera que a medida não favorece o produtor paranaense, pelo contrário. 

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