Paraná inicia colheita e prevê queda na produção de feijão
Feijão recua no campo e no varejo, aponta boletim
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Segundo o Boletim de Conjuntura Agropecuária desta quinta-feira (11), elaborado pelos analistas do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), a colheita de feijão teve início no Paraná. O boletim informa que “foi retirado do campo o produto de aproximadamente 1% da área estimada para esta primeira safra”. As produtividades estão abaixo da média prevista, o que leva o Deral a indicar que o volume esperado, de 200 mil toneladas, pode não ser alcançado.
O documento acrescenta que a produção atual projetada é inferior ao resultado obtido na safra de verão 2023/24, quando foram colhidas 302 mil toneladas em uma área maior dedicada à cultura, de 168 mil hectares, ante os 104 mil hectares estimados para a safra atual. Mesmo com essa queda, o boletim aponta que “os preços recebidos pelos produtores não reagiram em novembro”, registrando redução para o feijão-preto e, em menor intensidade, para o feijão-carioca.
Segundo o Deral, a falta de reação dos preços pode impactar a segunda safra, considerada a principal do Paraná, cujas primeiras áreas devem ser semeadas ainda em dezembro. Mesmo com uma área semelhante à da safra 2023/24, a oferta total deve ser mais limitada no estado e no país, já que o Paraná é um dos principais fornecedores nacionais. O boletim também destaca que essa redução indica “um giro financeiro menor relacionado ao feijão em 2026”, inferior ao de 2025, quando a cultura somou aproximadamente R$ 2,2 bilhões, representando retração de cerca de R$ 900 milhões em relação a 2024.
Por outro lado, o Deral aponta que os menores preços ao produtor têm sido repassados ao consumidor, contribuindo para manter a inflação dos alimentos em níveis reduzidos. O boletim ressalta que o “IPCA de novembro apresentou alta de 4,46% nos últimos doze meses”, enquanto a inflação dos alimentos no domicílio registrou 2,48% no mesmo período. Entre os produtos que colaboram para essa diferença está o feijão-preto, que recuou 33% no varejo, embora outros itens, como arroz, leite, batata e laranja, tenham maior peso no índice.