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Pecuária BR: melhoramento genético e sustentabilidade no Pantanal

Seu objetivo é mostrar que a pecuária dá certo em qualquer lugar e em situações adversas através da aplicação de tecnologia de ponta


O projeto é resultado da parceria entre o SBA- Sistema Brasileiro do Agronegócio e a Embrapa- Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Seu objetivo é mostrar que a pecuária dá certo em qualquer lugar e em situações adversas, como na região do Pantanal mato-grossense, através da aplicação de tecnologia de ponta. Hoje, o PECUÁRIA BR está próximo de atingir de 85% a 87% de produção de gado em suas fazendas, com intervalo de 12 meses entre os partos


PECUÁRIA BR iniciou suas atividades em 2007 e hoje seus resultados superam as expectativas dos fazendeiros pantaneiros. A perspectiva do projeto é chegar a 100 mil vacas em estação de monta até o final de 2011. O projeto já possui um rebanho 80 mil fêmeas somadas na ultima estação de monta.

Em três anos, o PECUÁRIA BR proporcionou um escore corporal com ganho de 40% a 60% e maior fertilidade. No prazo de cinco anos, o projeto quer atingir níveis de produção acima de 90%, com total reposição do gado e um considerável ganho genético. Esse ganho também representa um incremento de peso na desmama. No ano passado, o peso médio de um bezerro na desmama atingiu 160 quilos e hoje o peso é de 320 quilos. Inicialmente esse peso era de apenas 50 quilos.

Normalmente, um boi leva 42 meses para se desenvolver do nascimento ao abate no Mato Grosso do Sul. No projeto esse período foi reduzido para 14 meses. Durante esse período de 42 meses, ele gerava uma receita de 17 arrobas. Neste mesmo tempo, o projeto gera um mínimo de 50 arrobas em receita, ou seja, no mesmo espaço de tempo e terra coloca-se o dobro de quantidade de bois com taxa de desfrute inédita.

O intervalo entre partos caiu de 18 para 12 meses. O índice de abortos diminuiu e o índice de prenhes, que era de 55%, foi para 87% com o PECUÁRIA BR. O desmame no projeto acontece aos oito meses.

Traçando um comparativo, um bezerro comum, sem o PECUÁRIA BR vale 2,4 vezes menos que um boi gordo. Já o bezerro com o sistema do PECUÁRIA BR vale 1,5 vezes menos que um boi gordo.


As etapas do PECUÁRIA BR

Nas fazendas, o projeto se divide em várias etapas como genética, identificação, nutrição, sustentabilidade e manejo. A genética e inseminação são responsáveis pelo bom índice de ganho dos animais. A identificação é importante para facilitar o trabalho da Embrapa. Todos os animais são identificados eletronicamente através de índices produtivos o que facilita o manejo e o descarte dos mesmos. Outros itens como a sustentabilidade, ou seja, a não agressão ao meio ambiente, e o manejo correto e eficiente do gado garantem o sucesso do sistema.

O projeto ainda inclui o confinamento e a relação entre produção e eficiência. A Embrapa é a responsável por oferecer tecnologia de resultados para buscar máxima eficiência dos itens da fazenda. Ela indica quais os animais produzirão uma carne mais macia, níveis de micro e macro nutrição para atingir resultados, entre outros dados técnicos.

O Pecuária BR busca o Nelore de Elite, ou seja, animais jovens que imprimam marmoreio e gordura. O marmoreio se refere à camada de gordura que deixa a carne mais macia e saborosa. O projeto conseguiu desenvolver essas características na raça nelore, que é um animal tropical. Até então esses índices só existiam em animais europeus.

Os resultados em algumas fazendas do PECUÁRIA BR

Atualmente, o PECUÁRIA BR administra 16 fazendas: 12 estão no Pantanal mato-grossense, uma em Coxim (MS), uma em Goiás e duas em Tocantins.

A Fazenda Santo Antônio do Caeté (MS), de propriedade de. José Carlos Carrato, foi a pioneira nesse sistema. Ela entrou para o projeto em 2007 e, como resultado, hoje apresenta índice de 87% de prenhes; 1,1 mil fêmeas em monta com aproximadamente 18 meses e teve um enorme avanço genético. Segundo Carreto, “o interessante é o melhoramento genético. Todos que estão no projeto estão satisfeitos, pois estão na fase de colher incrementos. Eu já pensava em trabalhar com novos touros, mas quando tomei conhecimento da Lagoa da Serra resolvi entrar no projeto”. A Lagoa da Serra é uma empresa pertencente ao Grupo CRV, responsável pelos sêmens e pelo direcionamento genético de cada fazenda.


A Fazenda Aguaçu, propriedade de José Coelho Lima Filho, também localizada no Pantanal, está no projeto há dois anos. Nela, a proposta do projeto foi equilibrar a nutrição, sanidade e colocar a fêmeas em monta em 22 meses. O pecuarista aceitou e, em um lote de 500 novilhas, através do IATF (inseminação por tempo fixo) e do repasse, obtiveram um resultado de 90% de fêmeas prenhas. José Coelho comenta: “esta fazenda entrou com um índice de menos de 50% de prenhes já no primeiro ano de projeto estávamos com média de 75% de prenhes”.

A Fazenda Querência, de. Renato Alves Ribeiro, é a maior fazenda do projeto, tanto em área, como em rebanho. Ela possui seis mil fêmeas em estação de monta. Foram realizados investimentos em manejo, sanidade e nutrição. Nesta propriedade estão fazendo um projeto de desmame avançado. O bezerro é tratado a partir do quarto mês de nascimento até a desmama. Hoje já é possível desmamar um bezerro com 300 quilos. Para Mauro Ribeiro Corrêa, filho do proprietário, “antes do projeto ,o pantaneiro sentava em cima do cofre e não tinha a chave. Com a eficiência do projeto, em dois anos teremos todo o lote renovado. A IATF aumentou a fertilização e amansou o gado. Teremos uma evolução genética forte”.

Para conseguir esses resultados o PECUÁRIA BR conta com parceiros como a CRV Lagoa, Ouro Fino, Matsuda, DuKamp, Nutribem, Sementes Boi Gordo, Agromonte e Pró Rural.

O coordenador do Projeto PECUÁRIA BR, Jacques Alexandre, afirma: “tem que haver uma junção de esforços para os resultados aparecerem, as fazendas precisam encarar como um desafio para melhorar os índices. Primeiramente, temos que equilibrar a nutrição e fazer a melhor sanidade possível, depois entramos com a genética através da IATF. Na minha visão o maior ganho que estas fazendas estão conseguindo é o ganho genético com as fêmeas, bezerras desmamadas, filhas de touros provados. Este avanço genético vai fazer toda a diferença no rebanho para os anos seguintes”

O grupo SBA é o idealizador, organizador e realizador do projeto. Os resultados podem ser acompanhados pelas emissoras da rede (Canal do Boi e Agro Canal). Cláudio Godoy, presidente do grupo SBA, comenta, “Vamos produzir no Mato Grosso do Sul a melhor carne do país. Carne macia é sinônimo de boi jovem”.

O SBA se preocupa com todos os detalhes que envolvem o projeto. O cuidado intensivo aplicado em todas as etapas do Pecuária BR culminou a utilização e divulgação do protocolo BPA – Boas Práticas Agrícolas, fato inédito no Brasil, realizado através da parceria com a Embrapa.

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