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Pesquisa busca novas opções para palmito

IAC está avaliando quatro espécies para uso comercial


Foto: Divulgação

Experimentos buscam novas variedades de palmeira para a produção de palmito no Vale do Ribeira, principal região produtora do Brasil, que conta com 22 municípios. O estudo é conduzido pelo Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo.

Estão em avaliação quatro espécies do gênero Roystonea, uma delas é a palmeira imperial, muito conhecida como espécie ornamental, com objetivo de disponibilizar uma nova opção ao mercado.

Para se tornar agronegócio, o cultivo tem que ser de uma palmeira precoce, isto é, produza dentro de 18 a 24 meses, e gere palmitos com características interessantes para o mercado in natura e em conserva. O palmito em estudo não escurece, assim como o palmito pupunha. 

Em termos de cultivo, a pesquisa busca precocidade e qualidade do palmito. Não se pretende substituir o palmito de pupunha ou de outras palmeiras, a proposta é ofertar um novo produto ao consumidor e uma nova opção aos agricultores e à indústria. 

Com novas opções a pesquisadora do IAC, Valéria Aparecida Modolo, acredita que, o consumidor vai aprender a escolher e comprar o palmito de acordo com o que deseja saborear e haverá mercado para palmito de pupunha, que é o mais consumido, palmito real, juçara, açaí e guariroba."Esperamos ter várias espécies de palmeiras produzindo palmito e seus produtos identificados com suas próprias características, permitindo ao consumidor saber o que vai comer, deixando de ser um produto visto como generalizado, conforme ocorre atualmente", conta.

As plantas foram a campo em fevereiro de 2020. O estudo compreende várias frentes e uma equipe multidisciplinar. Estão sendo estudados o crescimento da palmeira, para ver se ela é precoce ou não, há também análise de dados econômicos, avaliação de aspectos de pós-colheita in natura e ainda das características de processamento desse palmito. 

A primeira colheita será feita na metade de 2021. Será possível avaliar a produção em termos de quantidade e qualidade, além do processamento do palmito. "Vamos envolver desde o plantio até o consumidor e avaliar a aceitação desse palmito processado e in natura", resume.

A palmeira do gênero estudado não perfilha, isto é, não rebrota. Isso significa que após a colheita é necessário fazer novo plantio porque a planta cortada não brota novamente, ao contrário da cana-de-açúcar, por exemplo. A pupunha e o açaí perfilham. Nessas espécies há uma touceira, que vai sendo colhida ao longo do tempo, dando uma característica de perenidade à planta. "O perfilhamento é um benefício, por isso a pupunha é hoje uma das mais plantadas para produção de palmito", explica a pesquisadora do IAC, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA).

O palmito é um cultivo considerado novo no Brasil, pois até cerca de 25 anos atrás só havia extrativismo. A pesquisadora relata que a vantagem de ser uma cultura nova está em não ter tantos problemas com pragas e doenças. Em áreas onde há concentração de cultivo, como o Vale do Ribeira, em São Paulo, pode começar a aparecer uma ou outra praga, mas que ainda é possível de ser manejada. "Ainda não acontecem incidências como se dá com as culturas milenares, como soja e arroz. A juventude da cultura faz com que ela ainda não tenha grandes problemas com pragas e doenças", diz. O litoral da Bahia também produz bastante palmito e é o segundo maior produtor de nacional, atrás apenas do Vale do Ribeira.

* com informações da assessoria de imprensa

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