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Pesquisa comprova uso do sisal como fungicida e xampu anticaspa

A pesquisa indicou o uso potencial do suco do sisal como fungicida, inseticida, carrapaticida e antioxidante para alimentos e cosméticos


O sisal produzido na Bahia passará por grande transformação, com o aproveitamento integral da fibra e a incorporação de novos usos, comprovados em pesquisas, para o produto, a exemplo de xampu contra caspa, remédio para doenças de pele, acaricidas e ração animal. A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) está desenvolvendo projeto em parceria com outras instituições para reestruturar toda a cadeia produtiva. Entre as ações, além de maior aproveitamento do sisal, está o uso de máquinas mais eficientes e produtivas para os produtores.


Os secretários estaduais de Ciência, Tecnologia e Inovação, Paulo Câmera, e de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária, Eduardo Salles, estiveram, na última quarta-feira, nos municípios de Conceição do Coité, Santa Luz e Valente (região do sisal) para conhecer alguns tipos de máquinas e avaliar qual melhor se adapta à iniciativa.

União – Eles foram acompanhados de técnicos das duas secretarias e também de representantes da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e do Senai/Cimatec, instituições parceiras no programa junto com a Universidade do Estado de São Paulo (Unesp) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

O secretário Paulo Câmera destacou a importância da união entre as secretarias estaduais para fortalecer o trabalho desenvolvido. Segundo ele, a partir da visita, será estabelecido um modelo de produção que possa aumentar o volume que hoje é processado e desenvolver novos usos para a fibra. "Já temos tecnologia para essa transformação", garante o secretário.

Estudos da Embrapa e Unesp comprovam eficiência do produto

O Brasil é o maior produtor de fibra de sisal no mundo, com volume estimado em 119 mil toneladas por ano. O produto garante o sustento de, aproximadamente, 700 mil pessoas em 75 municípios na Bahia, estado onde é produzido 95% do sisal brasileiro.


A fibra crua de sisal na Bahia é obtida por desfibramento a seco, usando máquinas itinerantes operadas por motor. O resíduo dessa operação contém suco de sisal, mucilagem e bucha de campo. A fibra acabada de sisal representa somente 4% do peso da folha desfibrada, portanto, mais de 95% do peso não é geralmente aproveitado, o resíduo é deixado no local do cultivo entre as fileiras de sisal.

Para aproveitar melhor o resíduo, a Secti encomendou um estudo à Embrapa e à Unesp, que comprovou a eficácia de novos usos de produtos de sisal em aplicações agrícolas, veterinárias e farmacêuticas. A pesquisa indicou o uso potencial do suco do sisal como fungicida, inseticida, carrapaticida e antioxidante para alimentos e cosméticos.

Os pesquisadores comprovaram ainda a aplicação em xampu para caspa e doença de pele e creme para candidíase. Está em estudo ainda a possibilidade de o suco do sisal servir contra os ácaros que contaminam as frutas cítricas.

Além disso, a fibra do sisal pode ser usada na indústria automobilística, nos eletro-eletrônicos, em móveis e construção civil, além de servir para ração animal e produção de etanol.

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