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Pesquisa contribui para aumento da produção agrícola

Atlas Climático do Rio Grande do Sul auxiliará produtores a planejar atividades


Os altos índices de produtividade da agricultura brasileira e os avanços em genética e produção da pecuária dependem, em grande parte, da genialidade dos "professores pardais" brasileiros. É de dentro dos laboratórios e das observações a campo que surgem as pesquisas e invenções que têm provocado uma revolução campo afora. E a Expointer 2010 foi, mais uma vez, uma vitrine de inovações tecnológicas voltadas para o meio rural.

Uma dessas novidades é o Atlas Climático do Rio Grande do Sul, elaborado em função da crescente demanda dos produtores por maior precisão nas previsões metereológicas. "Procuramos aperfeiçoar, a cada ano, os instrumentos de identificação de mudanças climáticas, buscando ferramentas que possam auxiliar os produtores na hora do manejo a campo", afirma a pesquisadora doutora em Agrometeorologia da Fepagro, Bernadete Radin.

O atlas traz um estudo sobre o comportamento climático dos últimos 30 anos, período que, conforme os estudiosos, confere uma maior precisão às aferições. O trabalho pode ser utilizado por produtores para saber qual a melhor época de plantio e manejo dos animais, além de trazer informações úteis para elaboração do zoneamento agroclimático. "São informações sobre temperatura média por período mensal, estacional e anual, dados sobre precipitação, evapotranspiração, radiação solar e horas por dia de luz solar", comenta Bernadete.

A possibilidade de incrementar o rendimento do rebanho e, ao mesmo tempo, colher bons resultados em grãos tem feito com que muitos criadores optem pelo consórcio de pecuária com lavoura, técnica que se aperfeiçoa constantemente. Um dos lançamentos da Embrapa Trigo, de Passo Fundo, traz uma variedade do cereal que tem apresentado bons resultados, tanto para engorda do gado e produção de leite como em produtividade de grãos. "O produtor faz dois pastejos, alimenta os animais e depois retira os bovinos da lavoura e deixa crescer o trigo, que serve para os humanos", explica o analista de produção da unidade, Erineo Vedana.

A variedade, que tem sido usada por produtores da região do Planalto e também da Campanha, permite a diversificação da época de semeadura, com menor risco de perdas por geada, além da ocupação do vazio outonal, época em que as pastagens naturais ficam mais escassas. "O produtor pode contar com a silagem para o gado e depois ainda colher os grãos", diz o especialista.

Novo equipamento dá mais rapidez na pesagem de animais

Para reduzir o estresse do rebanho e ganhar mais fidelidade na hora de pesar os animais, os pesquisadores da Embrapa Pecuária Sul desenvolveram uma balança portátil que permite agilizar o processo de pesagem e incrementar as análises realizadas em termos de genética pecuária. "Os trabalhos de seleção ganham mais precisão, para medir peso ao nascer, no período de desmama, sobreano e peso final", explica a analista da área de comunicação e negócios da Embrapa Pecuária Sul, Estefanía Damboriarena.

A portabilidade do equipamento também permite que o mesmo seja transportado por várias propriedades, especialmente as de pequeno porte, reduzindo os custos. "É possível comprá-la através de consórcios de agricultores, que com isso fazem economia", afirma a analista da Embrapa.

A balança pode ser transportada em veículos de pequeno porte e montada em instalações de manejo simples, típicas de pequenas propriedades. A plataforma, concebida em duas partes, pode ser desmontada e comporta animais de até 1,5 mil quilos.

Embrapa cria alternativa ao etanol comum

O setor de agroenergia é um dos que mais têm recebido retorno em termos de pesquisas, que seguem em ritmo acelerado no sentido de desenvolver opções que possam substituir os combustíveis fósseis. É o caso do etanol lignocelulósico, ainda em fase de desenvolvimento pela Embrapa Agroenergia.

A ideia é desenvolver uma alternativa ao etanol comum, com a produção do mesmo biocombustível, só que elaborado a partir de bagaço de cana-de-açúcar e de outros resíduos agrícolas. Os pesquisadores utilizam enzimas como as encontradas na uva e no rúmen dos caprinos para separar a glicose desses resíduos, transformando-os em etanol. "Os Estados Unidos estão de olho nas pesquisas nessa área, realizadas aqui no Brasil, pois querem encontrar alternativas à produção de etanol de milho", diz a analista em agroenergia da Embrapa, Patrícia Barbosa.

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