CI

Pitaia controla glicemia, colesterol e ansiedade

Fruta teve resultados promissores em animais e testes ainda precisam ser feitos em humanos


Foto: Marcel Oliveira

A pitaia é conhecida como fruta-do-dragão por causa da sua casca escamosa e a polpa tem consistência gelatinosa e paladar doce. Ganhou espaço no Brasil nos últimos anos. A Região Sudeste é a principal produtora, com safra de dezembro a maio. O Ceará também produz o ano inteiro. Segundo dados do Censo Agropecuário 2017 o Brasil, em 2017, produziu cerca de 1.493,19 toneladas de pitaya, em 3.086 estabelecimentos agropecuários. 

O que pesquisadores da Embrapa Agroindústria Tropical (CE) descobriram em laboratório são as propriedades medicinais da fruta. Ela apresenta um grande potencial para auxiliar no controle do colesterol, da glicemia e da ansiedade. Testes em animais já tiveram bons resultados e o próximo passo é avaliar em humanos. Com essa descoberta a cadeia pode agregar mais valor, aproveitando a casca e abrir caminho para produtos inovadores nas indústrias química, farmacêutica, alimentícia e cosmética.

A pitaia foi eficaz na redução do colesterol total, do LDL e dos triacilgliceróis e na elevação do HDL (conhecido como “colesterol bom”). Em animais diabéticos, as doses de 200 mg/kg e 400 mg/Kg apresentaram atividades farmacológicas promissoras, reduzindo significativamente a glicemia no grupo tratado. Os testes demonstraram efeito ansiolítico e ausência de toxicidade nas concentrações avaliadas.

O estudo conduzido em parceria com a Universidade Estadual do Ceará (Uece), Universidade Federal do Ceará (UFC) e Universidade de Fortaleza (Unifor) ainda tem um longo caminho a percorrer. “A pitaia se mostrou promissora para as indústrias de alimentos, ou até mesmo farmacêutica, como alimento funcional e fonte de compostos de interesse, que podem ser concentrados ou isolados, para amplificar seu efeito”, diz Guilherme Julião Zocolo, pesquisador da Embrapa que coordena os estudos.

Os cientistas avançam no desenvolvimento de produtos industriais a base da fruta e uma das possibilidades é utilizá-la como ingrediente na indústria de sucos e outras fabricações de forma a aproveitar a casca que é onde estão os componentes funcionais.

Dois artigos sobre os estudos com pitaia foram publicados na edição 127 da revista Food Research International, do Instituto Canadense de Ciência e Tecnologia de Alimentos (CIFST). Os trabalhos continuam e novas publicações devem sair nos próximos meses. Um deles mostrou a alta capacidade ansiolítica da fruta e o outro tratou das propriedades da polpa processada. Veja os dois estudos na sequência:

Perfil metabólico de pitaya por UPLC-QTOF-MS E e avaliação de sua toxicidade e efeito ansiolítico em peixes-zebra adultos

Efeitos do processamento na composição química, físico-química, enzimática e metabólica volátil de pitaya 

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.