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Plano Brasil-Euroclima foca em bioeconomia e clima

Plano vai investir em diagnósticos sobre os desafios e políticas de descarbonização


Foto: Marcelo Veras

O Plano de Ação Brasil-Euroclima 2025-2026 foi apresentado na quinta-feira, 16, na sede da Embrapa, aos parceiros nacionais e internacionais da iniciativa, em evento promovido pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores, e pela Delegação da União Européia no Brasil. O Plano quer investir, no país, em 18 meses, cerca de 2,1 milhões de euros em atividades que contribuam para o que chama de “transição verde e justa”, através de três ações de cooperação técnica voltadas ao fortalecimento da bioeconomia na Amazônia, à promoção da resiliência climática no Rio Grande do Sul e à descarbonização da indústria.

O fortalecimento da bioeconomia na Amazônia foca, no primeiro componente, na inclusão sócioprodutiva das mulheres e de outros grupos vulneráveis da região, através do acesso a tecnologias de produção e inserção em mercados e, no segundo, em estabelecer a conexão entre a demanda por soluções tecnológicas e os eventuais provedores de tecnologias.

A diretora Ana Euler, de Inovação, Negócios e Transferência de Tecnologia, da Embrapa, explicou que o Plano vai favorecer projetos já existentes, a saber o de mulheres extrativistas de óleo de pracaxi, usado em cosméticos, no Amapá; o das mulheres produtoras de farinhas funcionais, no Pará, e o das mulheres produtoras de jujuba de cupuaçu, em Roraima.

A diretora celebrou a feliz coincidência do Plano Brasil – Euroclima com o lançamento do Plano Nacional de Bioeconomia, do Governo Brasileiro, a ser feito na COP30, em novembro, e da instituição, na Embrapa, do programa corporativo de pesquisa  “Mulheres Produtoras de Bem Viver”, que já conta com 38 projetos ativos, fortalecendo iniciativas de inclusão produtiva de mulheres por todo o país.

Para promoção da resiliência climática no Sul serão feitos estudos sobre as necessidades de investimentos em infraestrutura para redução dos riscos de desastres, estudos em planejamento urbano e rural, envolvendo saneamento, esgoto e drenagem, bem como o cotejamento de soluções rurais e urbanas e o acesso a mecanismos de financiamentos nacionais e internacionais.

Quanto à descarbonização industrial, o Plano vai investir em diagnósticos sobre os desafios e políticas de descarbonização, no desenvolvimento de novas políticas e instrumentos de descarbonização, na gestão do conhecimento já disponível e na capacitação de pessoas para os processos de descarbonização.

Na abertura, a diretora Ana Euler lembrou o compromisso da Embrapa com a cooperação técnica entre os países em desenvolvimento, com a parceria constante da ABC, sobretudo nos campos da inclusão produtiva, sustentabilidade ambiental e resiliência climática, espírito dominante da iniciativa Euroclima. 

“A presidente Silvia Massruhá não está aqui porque está em Roma, onde três projetos da Embrapa, que expressam exatamente esses objetivos, foram distinguidos hoje pela FAO”, informou.

Julia Cruz, secretária de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria, do MDIC, lembrou que os maiores desafios de descarbonização estão nos segmentos de “carbonização intensiva”, tais como aço, alumínio, vidro, cimento, químico e papel e celulose, que vão depender de muito apoio, normas claras e adequadas e grande desenvolvimento tecnológico. 

Mas, lembrou que a produção agrícola e o extrativismo, que dialogam bem com a descarbonização, também pedem atenção, no que respeita à agregação de valor dos produtos obtidos e no adensamento das respectivas cadeias produtivas.

Lembrando a já expressiva carteira de projetos do Euroclima no país, Jean Pierre Bou, representante da União Européia no Brasil, ressaltou a urgência da crise climática e a disposição de todos os parceiros presentes de colaborar para enfrentar o desafio da transição verde. 

Reconheceu o sólido compromisso de todas as instituições presentes com o Acordo de Paris, e saudou a liderança internacional do Brasil em propor soluções sustentáveis e resilientes para o processo produtivo. Por fim manifestou o desejo, da União Européia, de continuar fortalecendo os laços de cooperação com o Brasil, América Latina e Caribe.

Marcio Lopes Correa, coordenador geral de Cooperação Técnica Multilateral, da ABC, lembrou que os três projetos em pauta resultaram de um ano de negociações de todos os parceiros envolvidos, em quem reconheceu enorme transparência e determinação de propósitos de cooperação. 

Disse ainda que os resultados esperados reafirmam o compromisso do Brasil e dos parceiros internacionais com o enfrentamento dos desafios da agenda climática e a disposição da ABC em manter o Brasil como uma grande plataforma de compartilhamento de conhecimentos e tecnologias de interesse da América Latina, do Caribe e de todos os demais países na faixa tropical.

Bloco Euroclima Iniciativa da União Européia que mantém parcerias com 33 países da América Latina e Caribe para promover a transição verde em áreas urbanas e rurais.

Parceiros implementadores: AECID – Agencia Espanhola de Cooperação para o Desenvolvimento AFD – Agencia Francesa de Desenvolvimento ECLAC – Comissão Econômica para América Latina e o Caribe EF – Expertise França FIAP – Fundação para Internacionalização da Administração Pública GIZ – Agência Alemã para Cooperação Internacional UNEP – Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente UNDP – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

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